Gasolina: CE fecha ano com 2º maior preço da Região
O município de Ipu apresentou o valor médio mais alto do combustível, com R$ 3,245 por litro
Os gastos de fim de ano tiveram um peso maior no bolso dos cearenses, se forem considerados os custos com gasolina no mês dezembro. Na penúltima semana de 2014, o preço médio da gasolina no Estado, estabelecido em R$ 3,172, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), foi o mais caro do Nordeste e o 9º entre as capitais brasileiras, empatado com o Distrito Federal. Os dados são da última coleta de preços realizada pela agência, entre 21 e 27 de dezembro do ano passado. A média nacional do valor do litro da gasolina foi de R$ 3,034 .
Nesse período, o preço mínimo do combustível no Ceará foi de R$ 2,989, enquanto o valor máximo encontrado foi de R$ 3,280. Dentre os 17 municípios pesquisados no Estado, Ipu teve o maior preço médio da gasolina, com R$ 3,245, enquanto a cidade de Iguatu teve o menor valor médio (R$ 3,063), segundo os dados da agência. Fortaleza teve preço médio de R$ 3,174 no período pesquisado, com valor mínimo da gasolina em R$ 3,070, e o máximo de R$ 3,199.
Na pesquisa detalhada por postos de gasolina na Capital, o estabelecimento que teve o menor preço foi um no bairro Otávio Bonfim, que cobrava R$ 2,970 por litro do combustível. A maioria dos outros 72 postos pesquisados pela agência apresentavam o valor de R$ 3,199, entre os dias 04 e 22 de dezembro.
Comparação nacional
Entre as capitais brasileiras, Fortaleza, ao lado do Distrito Federal, ficou como a 9ª colocada entre os valores médios mais caros do combustível. Já na região Nordeste, o preço médio do Estado foi o mais alto, seguido da Bahia (R$ 3,119 por litro) e do Maranhão (R$ 3,100), segundo a pesquisa da ANP. Em novembro, o Ceará tinha o segundo maior valor médio da gasolina, com R$ 3,126, atrás da Bahia, cujo preço era de R$ 3,145.
A alta dos preços no Estado, segundo o assessor de economia do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Ceará (Sindipostos), Antônio José Costa, são fruto da dinâmica do mercado do combustível, determinado pela concorrência entre distribuidores e vendedores. "Em alguma cidades do Interior o preço é mais alto por conta da falta de concorrência, já na Capital e em cidades maiores, a concorrência é mais acirrada, o que pode diminuir o preço. Mas o que pesa mais é o dia a dia da economia e a procura", explica.
Além desse cenário, outro fator que influencia na oscilação de preço do combustível é o valor do álcool, que representa 25% da gasolina. "O álcool tem variação maior, estamos em mudança constante por causa dele", acrescenta Costa.
Para este ano, apesar de não garantir estabilidade nas estimativas, o assessor do Sindipostos não prevê, a curto prazo, um aumento significativo no preço da gasolina. "Deve ficar assim, nem sobe e nem desce demais. Se houver alguma mudança na Petrobras, o preço também vai mudar, mas não estamos vendo o governo falar nada a respeito disso", afirma.
Capitais e regiões
Entre as regiões do País, o Norte registrou o valor médio mais caro, com R$ 3,233, enquanto o Sudeste teve o mais baixo, R$ 2,988 por litro do combustível. O preço médio do Nordeste foi de R$ 3,046. Rio Branco foi a capital com o maior valor médio da gasolina (R$ 3,429), já Recife teve o mais barato (R$ 2,805).
Queda do petróleo traz prejuízos ao Brasil
Londres/ Fortaleza. Os preços do petróleo caíram a uma nova mínima de 5 anos e meio ontem, pressionados por preocupações sobre o excedente global e uma demanda fraca. A produção de petróleo da Rússia atingiu, em 2014, um novo recorde da era pós-soviética, com média de 10,58 milhões de barris por dia, alta de 0,7 por cento, segundo dados do governo.
O Brent com vencimento em fevereiro era negociado a US$ 54,95 por barril às 9h55 (horário de Brasília), queda de US$ 1,47, logo após tocar a mínima de US$ 54,85 dólares, abaixo de US$ 55 pela primeira vez em cinco anos e meio. Para o consultor em Petróleo e Gás Bruno Iughetti, esse cenário deve trazer prejuízos para o Brasil. "Isso vai afetar os investimentos. Eles não deixarão de ser feitos, mas serão postergados. Com a Petrobras adiando esses investimentos, não acredito que as refinarias Premium I e II saiam antes de 2018", aposta.
A importação de petróleo para complementar a demanda nacional, pondera Iughetti, pode ser beneficiada com essa queda de preços, mas a vantagem não é compensada pelas perdas com a exportação. "O nosso petróleo é do tipo pesado, que tem mercado internacional. Com o barril a preço baixo, como está, obviamente estaremos sendo prejudicados também", explica. Somado a esses fatores, o consultor acrescenta o aumento do valor dos derivados do petróleo previsto para este ano, para compensar o represamento de preços.
Jéssica Colaço
Repórter