Fundador da Pague Menos diz que prejuízo é passageiro e que abrirá novas lojas: 'Vamos continuar crescendo'
Ele não descarta a abertura de novas lojas ainda este ano e reforma tributária ainda é incógnita
O fundador do Grupo Pague Menos, Deusmar Queirós, avaliou o resultado negativo de R$ 23,1 milhões, do primeiro trimestre de 2024 (1T24) como um "jogo infinito". "(O negócio) é igual uma pessoa, vai ter momentos alegres e tristes, vai ter resultados maiores e menores. É por aí, esse é o jeito".
Deusmar conversou com o Diário do Nordeste, no evento de entrega da Medalha do Mérito Industrial, realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) em celebração ao Dia da Indústria, na última quinta-feira (9).
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Ele reforçou que as taxas de juros aplicadas no país são um dos motivos para o prejuízo dos negócios. "É um custo proibitivo para quem quer investir. Não tem sentido a inflação ser 4% e a taxa de juros ser de 11%. Não existe isso".
Deusmar ainda parece reticente ao avaliar a Reforma Tributária como uma "incógnita". "Deus quer que venha para o bem. Ninguém sabe. Quando mexe com um país perdulário e gastador, ele sempre quer arrecadar mais".
Balanço financeiro da Pague Menos
Na divulgação dos resultados, ocorrida na última segunda-feira (6), a Pague Menos atribuiu o prejuízo do grupo no primeiro trimestre ao endividamento e às taxas de juros.
“Apesar da forte expansão do resultado operacional no trimestre, o atual patamar do resultado financeiro, ainda pressionado pelo nível de endividamento e altas taxas de juros, continuam comprometendo o resultado líquido da companhia”, informa o balanço.
A receita bruta da empresa foi de R$ 3,1 bilhões, o que representa uma alta de 10% se comparado ao valor do primeiro trimestre de 2023. No relatório, são destacados três componentes que tiveram impacto negativo no resultado líquido. São eles: "menor margem bruta relacionada ao mix de vendas e calendário promocional; menor alavancagem operacional, devido à defasagem inflacionária e menos dias úteis de venda; e maiores despesas financeiras, por conta do consumo de caixa no período de pré-alta".
“Sendo assim, é pertinente esperar que os resultados dos próximos trimestres tendam a ser mais positivos”.
Sobre o endividamento, o balanço aponta um aumento na dívida líquida, de R$ 1,19 bilhão, no quarto trimestre de 2023 para R$ 1,36 bilhão, no primeiro trimestre de 2024.
Lojas e clientes
No fim do primeiro trimestre de 2024 o grupo contabilizou 1.654 pontos de venda, apresentando 29 aberturas e 7 fechamentos, dos quais 5 foram relacionados ao processo de otimização de incorporação da Extrafarma, ainda em curso.
“Com a inauguração das 29 lojas no 1T24 praticamente concluímos o plano de expansão para 2024”.
O perfil das lojas inauguradas continua geograficamente concentrado na região Nordeste (76% das aberturas nos últimos 12 meses), mas com gradual ganho de relevância na região Centro-Oeste, que já é a segunda região com maior número de novas lojas.
Sobre as vendas, a média mensal por loja atingiu R$ 628 mil no período, sendo R$ 657 mil com a marca Pague Menos e R$ 522 mil na marca Extrafarma. No primeiro trimestre de 2023, a média mensal tinha fechado em R$ 570 mil. Assim, houve aumento de 10,3%.
Já sobre clientes ativos, o grupo afirma um crescimento de 4,9% se comprados os primeiros trimestres de 2023 (19,9 milhões) e 2024 (20,9 milhões).