Copom cumpre expectativas de mercado e aumenta Selic para 6,25% a.a.

A taxa básica de juros também havia sofrido aumento de 1 ponto percentual na última reunião, em agosto

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
prédio do banco central a distância
Legenda: Selic deve continuar em trajetória ascendente até o final do ano
Foto: Agência Brasil

A Selic segue em trajetória de alta após ter meses na mínima histórica de 2% ao ano. Reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) encerrada nesta quarta-feira (22) definiu um aumento de 1 ponto percentual na taxa, elevando-a para 6,25% a.a. 

A alta ocorreu conforme era previsto pelo mercado. Na última reunião, em agosto, o Copom aplicou o mesmo aumento de 1 ponto percentual, subindo a Selic de 4,25% para 5,25%.  

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A Selic ficou em 2% de agosto de 2020 a fevereiro de 2021, o menor patamar já registrado. Em abril, a taxa básica de juros teve o primeiro aumento desde julho de 2015, quando o percentual estava em 14,25%. O valor atual da Selic é o maior deste agosto de 2019.

A tendência é que novas altas venham até o final do ano. A previsão do último Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central no último dia 17, é que a Selic feche o ano em 8,25%

Riscos para economias emergentes

De acordo com o comunicado do Banco Central, a decisão da alta da Selic foi unânime, motivada por "fatores adicionais de risco para o crescimento das economias emergentes" e o contínuo aumento da inflação ao consumidor.

O Copom ressaltou que existem fatores de riscos tanto para o aumento quanto para a redução da inflação.

Por um lado, uma possível reversão, ainda que parcial, do aumento recente nos preços das commodities internacionais em moeda local produziria trajetória de inflação abaixo do cenário básico. Por outro lado, novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país
Copom

O comunicado da alta informa a previsão de outro ajuste da mesma magnitude na próxima reunião, prevista para outubro.

Controle da inflação 

A Selic é a principal ferramenta do Banco Central para conter a inflação, ao aumentar os juros e desestimular o consumo. Quando se sobe a taxa, a tendência é a inflação reduzir; 

A taxa básica de juros é utilizada para tentar manter a inflação na meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional – este ano, se pretende deixar a taxa em 3,75%, com margem de 1,5 p.p. para mais ou para menos.  

Esse ano, contudo, a inflação está longe da meta, o que explica o aumento dos juros. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado o principal índice da inflação, acumulou em agosto variação de 9,68% nos últimos 12 meses. 

Impacto no crédito e nos investimentos 

A Selic impacta diretamente nos juros para obtenção de crédito. Isso significa que as taxas para empréstimos e financiamentos devem ficar mais altas com o aumento dos juros básicos. 

Por outro lado, o aumento é vantajoso para quem investe em renda fixa. A tendência é que o rendimento da poupança, CDB, Tesouro Selic e outros fundos baseados na taxa básica tenham uma rentabilidade maior.  

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