Ceia de Natal está quase R$ 100 mais cara neste ano em Fortaleza; veja como economizar
Insumo tradicional da comemoração de fim de ano, a uva-passa, por exemplo, teve aumento de 85%
O Natal é uma das épocas do ano mais conhecidas pela fartura de alimentos. Contudo, com as altas recorrentes dos preços dos itens, a ceia deve ser mais cara em 2021. Um levantamento realizado pelo Diário do Nordeste, com base em preços de quatro supermercados de Fortaleza, mostra que o custo com 10 produtos para a festividade deve ficar em média R$ 391,74.
Os mesmos 10 itens custaram R$ 296,72 ao consumidor, ou seja, um aumento de 32%, de acordo com pesquisa do Departamento Municipal de Proteção e Defesa dos Direitos do Consumidor (Procon Fortaleza) realizada em 2020.
O tradicional peru, por exemplo, teve aumento de 36%. A pesquisa do Procon de 2020 aponta que o preço do quilo da ave custava em média R$ 20,84. Hoje, o quilo é encontrado por até R$ 33,99 em supermercados de Fortaleza.
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Outro item que chama atenção pelo alto custo é a polêmica uva-passa. A embalagem com 250 gramas do produto custa em média R$ 12,18. O comparativo de preços no atacado do Sistema de Informações do Mercado Agrícola da Ceasa-CE (Sima) mostra que, de 2020 para 2021, o valor de 10 kg da uva-passa preta avançou 85%.
A pesquisa de preços realizada pela reportagem considerou os 20 produtos mais populares nas ceias de Natal, entre proteínas, frutas, laticínios, enlatados e bebidas. O custo médio com esses itens pode chegar a R$ 473. Veja:
Natal mais caro
O conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), Vicente Ferrer, explica a alta de preços vem sendo sentida desde o ano passado por conta da pandemia, inicialmente, que gerou um problema na oferta desses produtos.
“Outros fatores que afetam é o preço do dólar e os impostos. Todos esses bens que são importados dependem exclusivamente do dólar que é a moeda comercial. Por outro lado, deve haver uma maior procura por produtos nacionais, gerando também um aumento de preços por conta do aumento da demanda”.
O analista de mercado da Ceasa, Odálio Girão, acrescenta que neste fim de ano deve aumentar em até 20% a procura dos consumidores por esses produtos natalinos. "A busca por panetone, frutas secas e frescas, as carnes, tudo isso vai impactar no preço, no bolso do consumidor".
Frutas secas em alta
Apesar da alta de preços dos artigos importados, Girão pontua que alguns insumos nacionais também tiveram elevação, como a castanha-do-pará, ameixa e uvas.
As frutas secas dispararam, o principal fator é a questão do dólar, porque são produtos importados, principalmente da Europa, da Argentina, da Ásia, a Tunísia e o Marrocos, trazendo para o mercado do Brasil e do Nordeste preços bastante elevados”.
Conforme o comparativo da Ceasa, o preço da ameixa seca com caroço avançou 47,52%, enquanto a sem caroço o aumento foi de 50%. Veja outros aumentos:
- Castanha-do-pará: 42,86%
- Damasco seco turco: 66,67%
- Frutas cristalizadas: 45%
- Nozes sem casca: 75%
Substituição de insumos
Os especialistas explicam que, com esse aumento, os consumidores devem acabar optando por fazer uma substituição de alguns insumos, o que é inclusive uma sugestão para economizar neste período.
“O consumidor quer comemorar este fim de ano, por isso, a saída para comemorar de maneira equilibrada é optar por produtos nacionais, pêssego nacional, o morango em plena safra está com o preço bom, maçã, limão-siciliano, tomate-cereja, por exemplo”, sugere o analista de mercado da Ceasa.
Ferrer diz também que inovar nos pratos e pesquisar opções similares são dicas para economizar no período. “Fazer um planejamento otimizando isso para que essa ceia seja satisfatória. O que a gente sugere é uma festa em família, cada um leva um prato, fazer um amigo secreto, por exemplo, para não precisar presentear todo mundo”.
Outra dica para economizar é levar ao supermercado uma lista de compras já pronta, para se ater somente ao necessário, fazer pesquisas de preços e não levar crianças para o estabelecimento.
“Entra mais dinheiro em dezembro, mas é importante lembrar do mês de janeiro que é cheio de contas. Planeje-se para não se endividar nem extrapolar no cartão de crédito. A pandemia trouxe um alerta muito grande para população que todo mundo precisa de uma reserva de emergência”.