Autônomos são mais impactados pela crise; 76% tiveram redução de renda na pandemia

Os trabalhadores no mercado formal, considerando empregado e empregador, registraram queda de renda para 62% durante pandemia

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: O objetivo do programa é atingir microempreendedores e trabalhadores autônomos informais e Microempreendedores Individuais (MEIs)
Foto: José Leomar

Os trabalhadores autônomos foram os mais impactados pela crise do novo coronavírus. Segundo pesquisa do Instituto Opnus, 76% das pessoas que trabalham por conta própria registraram quedas de rendas durante a pandemia.

O levantamento ainda apontou que os aposentados foram os que tiveram a menor parcela de pessoas com renda reduzida durante a crise. Os dados apontam que apenas 40% dos aposentados indicaram ter sentido queda nos recebimentos mensais.

Os trabalhadores no mercado formal, considerando empregado e empregador, registraram queda de renda para 62% durante pandemia.

Os autônomos também foram os que registraram a maior parcela de perda total de renda durante a pandemia entre os entrevistados com algum trabalho. Ao todo, 7% deles registrou eliminação da renda durante a crise.

Em relação aos empregados e empregadores, a redução total foi registrada apenas para 1%, enquanto nenhum aposentado indicou à pesquisa perda total da renda.

Segundo Jair Andrade, professor e chefe do departamento de economia agrícola da Universidade Federal do Ceará, o mercado informal foi o mais impactado pela pandemia por conta da redução da atividade econômica. Com a menor circulação de pessoas, muito trabalhadores perderam clientes, citando os vendedores ambulantes.

Além disso, sem possuir vínculos formais, os trabalhadores autônomos ficaram sem nenhum tipo de seguridade ou compensação durante a crise. E como a maior parte das famílias também perdeu renda, o volume de negócios também caiu.

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Segundo levantamento da Opnus, 66% das famílias no Estado tiveram perda de renda.

"Para impedir um impacto tão forte como esse, em geral e para autônomos, nós teríamos de ter um mercado de trabalho formal muito aquecido. O maior impacto foi de famílias no mercado informal, mas já tínhamos um mercado formal fraco e se a pessoa está no mercado informal é mais fácil de se dispensar o trabalhador, como é no caso das domésticas, por exemplo. Eu acredito que se tivéssemos um mercado formal mais aquecido, o impacto sobre a renda poderia ser menor", avaliou Andrade.

Economia do lar

O levantamento da Opnus também apontou que 70% das donas de casa também sentiram redução na renda familiar durante a pandemia. Do total, 6% indicou que a perda foi completa, considerando os ganhos mensais durante a crise.

Entre os estudantes, a redução de renda foi sentida por 65% dos entrevistados segundo a pesquisa.

Nesse segmento, apenas 2% registrou redução total da renda, enquanto 37% teve os recebimentos mensais retraídos pela metade.

Desempregados

Para as pessoas desempregadas que estão procurando um emprego, a redução de renda foi registrada em 87% dos casos. Ao todo, 18% indicaram que perderam todas as fontes de renda.

Já para os desempregados que não estão procurando trabalho, a parcela que sentiu alguma redução de renda foi de 71%. Nesse segmento analisado pela Opnus, 8% indicou perda total da renda durante a pandemia.

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