Após debandada de mais de 500 chefes, servidores do 'tribunal' da Receita entregam renúncia coletiva

Os servidores públicos estão reagindo ao reajuste apenas para policiais, aprovado na terça-feira (21), dentro do Orçamento de 2022

Escrito por Diário do Nordeste e Estadão Conteúdo ,
Fachada da receita federal
Legenda: Empresas recorrem ao "tribunal" do Carf para contestar cobrança de impostos, por exemplo
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Um dia após, pelo menos, 500 servidores da Receita Federal deixarem o cargo por insatisfação com o Governo, 44 conselheiros do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), espécie de "tribunal" da Receita, entregaram pedido coletivo de afastamento dos cargos, segundo o Broadcast. 

Até às 15 horas desta quinta-feira (23), a debandada de auditores fiscais já havia subido de 500 para 635 renúncias a cargos de chefias e de comissão, de acordo com o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco). Esse número, estima o sindicato, deve aumentar até o fim da assembleia que acontece nesta quinta.

Os servidores públicos estão reagindo ao reajuste apenas para policiais, aprovado na terça-feira (21), dentro do Orçamento de 2022. 

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Delegados e adjuntos também entregam cargos

Além dos conselheiros do Carf, os delegados e adjuntos da 1ª Delegacia da Receita Federal, de Brasília, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e chefes da área de inteligência de todo País entregaram os cargos de chefia hoje.

Sobre os conselheiros do Carf, Kleber Cabral, presidente do Sindifisco Nacional, destaca que "a entrega dos mandatos de conselheiro e a paralisação dos julgamentos no Carf, neste momento, tem um componente extra".

"Em janeiro, voltariam as sessões sem limite de valor, quando começariam a ser julgados os recursos mais relevantes, desde que foi extinto o voto de qualidade".

Ainda segundo o Sindifisco, as renúncias se devem "ao descaso do governo", para com auditores da Receita Federal.

Auditores da Receita já ameaçavam um movimento em massa ainda na tarde da terça-feira (21), antes mesmo da aprovação do orçamento de 2022, que destina R$ 1,7 bilhão para reajuste apenas de policiais federais, categoria importante para os planos de reeleição de Bolsonaro.

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