Tem início hoje a greve dos bancários em todo o País, que conta com a adesão do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb-CE), conforme deliberado em assembleia realizada no dia 1º de outubro, atendendo à recomendação do Comando Nacional dos Bancários. De acordo com informação da Associação de Bancos do Estado do Ceará (Abance), 30% dos bancos públicos e privados devem funcionar normalmente, em cumprimento à lei.
Além do funcionamento de parte das agências, é possível recorrer a caixas eletrônicos, banco 24 horas, internet banking, aplicativos de celular e tablets, telefone, agências dos correios, supermercados e as funções de Débito Direto Autorizado (DDA) e débito em conta. De acordo com Lúcio Paiva, diretor jurídico da Abance não dá para prever o tempo da greve. "Acreditamos que, entre hoje e amanhã, comecem os agendamentos das rodadas de negociações", diz.
Paiva informa que a Federação Brasileira de Bancos está em negociação com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e com os sindicatos. Para ele, a greve já é tradição, pois há 60 anos acontece sempre nos meses de setembro ou outubro.
Ceará
No Estado, são mais de 700 agências, sendo cerca de 300 na Capital. A expectativa do presidente do Seeb-CE, Carlos Eduardo Bezerra, é de adesão total. Os primeiros dias servem para intensificar a mobilização. "Hoje é a consolidação da greve. Vamos realizar processo de atendimento aos bancários e reforçar o aviso à população", explica.
Segundo o presidente, apenas o setor que permanece em funcionamento, por lei, é o de serviço essencial, que é o de compensação bancária. "O número é insignificante, no máximo 30 pessoas, pois, de três anos para cá, esse serviço foi terceirizado ou digitalizado pelos bancos". No Ceará, são mais de 11 mil trabalhadores.
No País, são mais de 500 mil bancários, representados por 112 sindicatos de trabalhadores. Os funcionários estão organizados em 132 bancos dispostos em um total de 23 mil agências bancárias. "No ano passado, conseguimos parar 12 mil agências", destaca Bezerra.
Reivindicações
As principais bandeiras levantadas pelo sindicato são sociais e econômicas. Na questão social, querem aplicação de medidas de combate a ataques aos bancos; mais contratações; e melhores condições de saúde, pois com a redução de empregados, os funcionários que ficam adoecem fisicamente e emocionalmente. Na questão econômica, a prioridade é o reajuste salarial de 16% (reposição da inflação mais 5,7% de aumento real).
Bezerra destaca a lucratividade dos bancos e informa que 96% do acumulado fica com o Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú e Santander. "Só em 2014 eles lucraram R$ 76 bilhões", afirma.
No balanço do primeiro semestre deste ano, os lucros das instituições são: Itaú (R$ 11,9 bilhões); Banco do Brasil (R$ 8,8 bilhões); Bradesco (R$ 8,7 bilhões); Santander (R$ 3,3 bilhões); Caixa Econômica Federal (R$ 1,5 bilhão); e Banco do Nordeste (R$ 158 milhões).