Alvoar planeja investir R$ 150 milhões em novos centros de distribuição e fábricas no Nordeste

Investimentos devem se concentrar nos estados de Pernambuco, Bahia e Sergipe

Escrito por Luciano Rodrigues , luciano.rodrigues@svm.com.br
Centro de Distribuição da Alvoar
Legenda: A Alvoar já investiu R$ 4 milhões na construção de quatro CDs neste ano
Foto: Divulgação

A Alvoar Lácteos planeja investir até 2024 mais R$ 150 milhões em centros de distribuição (CDs) e fábricas em estados nordestinos. A informação é do CEO da empresa, Bruno Girão, em entrevista ao Diário do Nordeste, nessa sexta-feira (25), dia da inauguração da expansão da planta da Alvoar em Morada Nova, interior do Ceará.

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Nosso principal investimento está se dando através desta planta só nessa linha, lembrando que há dois anos investimos R$ 60 milhões. Temos planos de investir mais R$ 150 milhões principalmente no ano que vem, investimentos que serão mais voltados para a distribuição. A gente vai avançar investindo na Bahia, em Sergipe, em Pernambuco e principalmente em centros de distribuição.
Bruno Girão
CEO da Alvoar Lácteos

Os R$ 60 milhões aos quais o CEO da empresa se refere dizem respeito à fábrica exclusivamente dedicada a leite em pó inaugurada em 2021 pela Betânia pouco antes da fusão com a Embaré.

O custo total da expansão da unidade em Morada Nova inaugurada nessa sexta-feira foi de R$ 25 milhões. Segundo Bruno Girão, os investimentos no Ceará devem ficar em segundo plano no momento, com foco nos demais estados do Nordeste.

Pernambuco é um dos locais ressaltados pelo CEO da Alvoar pela presença massiva de produtos da Camponesa no mercado local, com o leite em pó liderando o segmento no estado.

“A marca detém participações relevantes no mercado de leite em pó no Nordeste do país, algumas vezes líderes, principalmente em Pernambuco. 75% do seu faturamento é o Nordeste”, pontua.

A Alvoar já investiu R$ 4 milhões na construção de quatro CDs neste ano. Dois centros logísticos estão localizados na Bahia, um em Pernambuco e um no Rio Grande do Norte. 

Geração de empregos e isonomia tributária

A nova expansão da Alvoar em Morada Nova foca exclusivamente na produção de leite condensado. Serão produzidos no Vale do Jaguaribe os leites condensados integral e semidesnatado da Camponesa e o semidesnatado da Betânia.

Bruno Girão explica que a unidade fabril deve trazer maior geração de empregos na região. A planta começará operando com 30 pessoas, com possibilidade de praticamente dobrar esse número quando estiver em plena capacidade, considerando apenas os empregos diretos.

“Em uma indústria láctea, a maioria dos empregos é gerado no campo, na fazenda. Segundo a Embrapa, a cada 50 litros a mais de leite, gera-se um emprego. Como a fábrica tem capacidade de produzir 180 mil litros, 3.600 empregos diretos e indiretos serão gerados. (…) A gente vai contratar agora diretamente 30 pessoas, e quando a operação tiver na capacidade máxima, vai trabalhar com 56 pessoas”, acrescenta o CEO.

Também está em jogo a isenção do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para produtos lácteos. Atualmente, a Alvoar, juntamente com demais entidades do setor, pleiteiam que os alimentos à base de leite não mais sejam tributados no Ceará, em atividade similar ao que já ocorre em outros estados do Nordeste.

“O que a gente tem negociado é uma condição de isonomia com outros estados do Nordeste. Pela importância no desenvolvimento regional, a maioria dos estados tem tributação muito baixa ou negativa no pagamento de ICMS. Isso acontece na Bahia, Alagoas e Sergipe. O Ceará ainda tem um esquema que deixa a produção de lácteos em desvantagem com os demais players”, pondera Girão.

O tema ainda segue em tramitação no Governo do Estado e não tem previsão para ser votado na Assembleia Legislativa. Na lista dos produtos a serem isentos, estão:

  • Leite em pó;
  • Bebidas lácteas, como achocolatados;
  • Iogurtes;
  • Requeijões;
  • Manteigas e margarinas;

“Queremos estar presentes em 100% dos pontos de venda da região Nordeste, se tornando a empresa preferida pelos varejos da região. Já que a região importa de outros estados, ela precisa atrair de outros estados para que essa produção seja produzida localmente. Por que gerar emprego no Sul e no Sudeste se podemos gerar emprego aqui?”, reflete o CEO da Alvoar.

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