Aluguel de imóveis comerciais se recupera e cresce 16% em Fortaleza

De acordo com dados da AADIC, o volume de imóveis comerciais alugados no primeiro semestre de 2021 foi superior ao de 2020

Escrito por Heloisa Vasconcelos , heloisa.vasconcelos@svm.com.br
Mulheres de máscara trabalhando em escritórios
Legenda: O ano passado foi marcado por devoluções de estabelecimentos comerciais
Foto: Shuttestock

O mercado imobiliário de Fortaleza passa por uma retomada no que diz respeito à ocupação de imóveis comerciais após um 2020 com aumento no número de devoluções de locações.  

De acordo com dados da Associação das Administradoras de Imóveis do Ceará (AADIC), o número de locações ocupadas aumentou 16% no primeiro semestre deste ano comparado com o mesmo período do ano passado. A devolução de imóveis também diminuiu 20% em relação a 2020. 

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Retomada 

O presidente da AADIC e diretor superintendente da Alessandro Belchior, Germano Belchior, conta que o ano passado foi marcado por devoluções de aluguéis comerciais, sobretudo no período de lockdown na cidade. 

No ano passado, a gente teve em 2020 um momento de muitas negociações onde a gente precisou ter uma política de descontos bem interessante. Teve um movimento bem grande de pessoas que quiseram devolver imóveis. O ano de 2021 tem sido bem menor do que foi em 2020, tanto em aspecto de ocupação como de adimplência 
Germano Belchior
Presidente da AADIC

Segundo ele, janeiro e fevereiro de 2021 foram “espetaculares” para a locação de imóveis comerciais. “Depois, com o lockdown, esse mercado ficou produzindo muito pouco. Se não tem como visitar, não tem como negociar. Entretanto, gerou uma demanda reprimida bem interessante”, diz.  

Ele acrescenta que, apesar da maior demanda, não está havendo flutuações nos preços devido ao bom estoque de imóveis disponíveis.  

Retomada dos escritórios 

A coordenadora de locações da SJ, Tatianna Lins, reforça o comportamento de retomada após uma queda nas novas locações de imóveis comerciais e um volume considerável de desocupações. 

Ela calcula que houve um aumento de 90% no número de locações de salas, lojas e pontos comerciais no primeiro semestre de 2021 quando comparado a 2019, antes da pandemia. Em 2020, o crescimento foi de apenas 4%. 

O aumento é ainda maior quando se fala apenas dos escritórios. A locação de salas no primeiro semestre de 2021 foi 109% maior que em 2019 na SJ.  

“Acreditamos que as empresas estão optando por seu retorno para um endereço comercial, ou tornando o trabalho dos seus colaboradores híbridos”, diz. 

Volta ao presencial 

Germano Belchior percebe que a maior demanda por locações tem partido de estabelecimentos como restaurantes, e ligados a atividades de entretenimento, que estão conseguindo aos poucos retomar as atividades presenciais. 

Ele também nota uma demanda maior por parte de lojas ligadas à saúde e academias, além da procura por troca de imóveis por empresas já consolidadas.  

“Há empresas demandando espaços maiores para escritórios. Há uma demanda por conveniência para diminuir deslocamentos. A empresa mapeia onde os colaboradores moram e procuram estar mais convenientes para diminuir tempo de jornada até o trabalho”, diz. 

Para a diretora secretaria do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Ceará (Creci-CE), Silvana Mourão, a demanda por compra de imóveis comerciais também cresceu. 

“O mercado imobiliário aqueceu muito no setor de vendas. Profissionais liberais que procuravam salas comerciais individualmente hoje procuram salas comerciais, mas com aspecto mais corporativista (dividindo salas)”, nota. 

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