Cláudio Lembo, ex-governador de São Paulo, morre aos 90 anos
O atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) decretou luto oficial de três dias

Ex-governador de São Paulo, o político Cláudio Lembo (PSD) morreu, aos 90 anos, na manhã desta quarta-feira (19), na capital paulista. A informação foi confirmada pela família, que não divulgou a causa da morte. O velório será realizado na Assembleia Legislativa de São Paulo, no Hall Monumental, a partir das 10h30.
O atual governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) decretou luto oficial de três dias.
Lembo foi um dos fundadores do partido Democratas (DEM), criado em 1985 como Partido da Frente Liberal (PFL). Em 2022, a fusão do DEM com o Partido Social Liberal (PSL) foi oficializada, formando o União Brasil. Desde 2011, o político era filiado ao Partido Social Democrático (PSD).
Em sua trajetória, teve destaque especial na política paulista quando ocupou o cargo de vice-governador (2003-2006) e, depois, assumiu o comando do estado, em março de 2006, quando o então governador Geraldo Alckmin (na época, do PSDB) renunciou ao posto para concorrer à Presidência da República. À época, ele também era presidente estadual do PSL.
Advogado, ele também se dedicou à vida acadêmica. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade de São Paulo (USP) e doutor em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, foi reitor da instituição e atuou como professor.
Lembo deixa a esposa, Renéa, o filho, José Antônio, e quatro netos.
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Gestão Lembo foi marcada por onda de ataques do PCC
Apesar de ter ocupado o cargo de governador por apenas nove meses, Cláudio Lembo é lembrado, com frequência, pelas dificuldades que precisou enfrentar na gestão. Foi enquanto governava o Estado que o Primeiro Comando da Capital (PCC) deu início a uma onda de violência que ficaria marcada na história recente do País.
Considerado um dos piores atentados relacionados a facções da história brasileira, os ataques da facção começaram em 12 de maio de 2006 e duraram cinco dias. Segundo a Folha de S.Paulo, a motivação teria sido a transferência de 765 presos, inclusive a cúpula da facção. Durante os confrontos entre criminosos e policiais, mais de 50 agentes de segurança foram mortos.
Como vingança pela morte dos policiais, uma tropa de homens encapuzados cometeu uma série de assassinatos nos dias seguintes aos ataques, deixando 505 civis mortos. À época, Lembo chegou a comparar o impacto da onda de violência ao atentado às Torres Gêmeas de 11 de Setembro de 2001.