Ex-governador Lúcio Alcântara é citado em discurso de Lula e comenta relação com Zé Airton duas décadas após disputa
Político afirmou que sempre manteve “relações cordiais” com petistas e que não faz política “com o fígado”
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Convidado para participar da inauguração do Hospital Universitário do Ceará (HUC), ao lado de aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta quarta-feira (19), e mencionado pelo próprio chefe do Palácio do Planalto durante discuso, o ex-governador Lúcio Alcântara (União) comentou sobre a sua ida ao evento e seu vínculo com o deputado federal Zé Airton (PT), após 22 anos de uma disputa histórica.
“Recebi um convite de um governador Elmano, de quem chamo de amigo pessoal e fui um lutador grande, fiz tudo que podia quando ele foi candidato a prefeito de Fortaleza e perdeu por muito pouco. Eu, portanto, nunca poderia negar um convite dele”, explicou o político para jornalistas, quando indagado sobre o assunto.
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Segundo o político, ele “sempre teve relações cordiais” com o Partido dos Trabalhadores (PT) e com o próprio presidente Lula. “Ele acabou de dizer no discurso dele, me homenageou, citou”, ressaltou o ex-mandatário do governo estadual.
Em sua fala, no palanque, Lula — que foi eleito pela primeira vez para o Governo Federal no mesmo ano em que o cearense chegou ao Executivo — relembrou a articulação que fizeram, em 2005, para a instalação de uma indústria siderúrgica no Porto do Pecém, a vitória de Lúcio contra o seu partido, em 2002, e o compromisso firmado por ele no passado para a recuperação da Ferrovia Transnordestina — cujo trajeto contempla o território cearense.
Lúcio Alcântara disse que a participação no evento lhe comoveu. “Agora, vou lhe ser sincero, fiquei emocionado. Faz 17 anos que deixei o governo, não tenho hoje poder nenhum, a não ser o mesmo que você tem, de um cidadão comum. Tive que atravessar uma multidão para conseguir chegar aqui e fui aplaudido, homenageado, considerado o melhor governador. Não estou exagerando”, continuou.
Governo Elmano e eleição de 2026
Provocado, o ex-governador afirmou que o atual governador do estado, Elmano de Freitas (PT), faz uma boa condução. “Acho que ele está indo bem”, frisou, elogiando especificamente a interiorização do tratamento oncológico no Estado.
Ele também não descartou apoio a uma candidatura em 2026. “Tenho alguns amigos, que me distinguem. Tipo o (prefeito de Maracanaú) Roberto Pessoa, o (deputado federal) Danilo Forte — que é meu amigo desde a adolescência —, o [ex-deputado federal] Capitão Wagner — que entrou na política ainda pela minha mão, quando era presidente do antigo PR (Partido da República) —, então vamos ver”, ponderou.
Apesar de admitir a possibilidade de apoiar um postulante ao Palácio da Abolição, Alcântara falou que não tem nenhuma intenção em atuar diretamente em uma campanha eleitoral. “Pelo menos com o meu voto, que eu não pretendo mais ser um comandante, um puxador (de votos)”, esclareceu.
Relação com Zé Airton
Em 2002, Lúcio foi eleito para o Governo do Ceará depois de um pleito acirrado com o atual deputado federal José Airton Cirilo, o “Zé Airton”. Naquela eleição, ele, que estava no Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), ganhou por 50,04% dos votos, enquanto o então oponente conseguiu um percentual de 49,96% nas urnas.
No ato de inauguração da unidade hospitalar desta quarta, no bairro do Itaperi, na Capital, ele esteve no mesmo palco que o ex-oponente e avaliou o encontro. “Há pouco tempo ele lançou um livro de memórias e me deu um, com dedicatória”, revelou. “Não faço política com o fígado”, pontuou em seguida.