Governo quer concluir Linha Leste do Metrofor, diz Seinfra

Secretário de Infraestrutura, Hélio Leitão, reúne-se com empresários do agro e da indústria e anuncia um comitê para tratar dos gargalos de energia elétrica no interior do estado

Escrito por
Egídio Serpa egidio.serpa@svm.com.br
(Atualizado às 05:47)
Legenda: A 30 metros de profundidade, eis o trecho de um dos dois túneis da Linha Leste do Metrofor, já totalmente revestido (foto)
Foto: Egídio Serpa

Durante um par de horas, o secretário de Infraestrutura (Seinfra) do governo do Ceará, Hélio Winston Leitão, conversou ontem com empresários da indústria e da agropecuária. A conversa de 120 minutos girou, principalmente, em torno de problemas ligados à precariedade – em algumas áreas do estado – do abastecimento de energia elétrica.

Localizadas na Chapada do Apodi e em alguns municípios do Litoral Norte, essas dificuldades prejudicam e chegam a reduzir a produção da agricultura, da pecuária e da indústria, de acordo com os testemunhos dos presentes.

Antes de ouvir os empresários, o secretário Hélio Leitão mostrou-lhes um vídeo sobre o que a Seinfra já fez, está fazendo e fará. Por exemplo: o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), que hoje atende, desde sua estação de Parangaba, os bairros da região Leste de Fortaleza, incluindo o do Mucuripe, ganhará um novo ramal que alcançará o Aeroporto Internacional Pinto Martins e a Arena Castelão.

Os serviços de implantação desse ramal até o aeroporto estão na fase final, mas, mesmo assim, só estarão concluídos no fim deste ano. No próximo ano ou em 2027, será executada a obra restante para levar o VLT até o Castelão.

Nesse trecho, será construída uma estação defronte ao Condomínio Espiritual Uirapuru, da Comunidade Católica Shalom, onde se realiza anualmente, sempre no mês de julho, o Halleluya, evento multitudinário voltado para o universo cristão católico do Ceará.

“Mas o maior desafio de minha vida pública será concluir a Linha Leste do Metrofor”, disse Leitão, acrescentando que este é o desejo do governador Elmano de Freitas. Ele disse que as obras prosseguem com a perfuração, a 30 metros de profundidade,  dos dois túneis da linha e com a construção das estações Círculo Militar, Luiza Távora e Nunes Valente. Essa obra já dura mais de 10 anos e por causa dela dezenas de negócios – incluindo restaurantes – fecharam na região, onde o tráfego de veículos continua conturbado.

Hélio Leitão também afirmou que outra meta de sua gestão será levar para as ruas da Varjota – um importante centro turístico e gastronômico de Fortaleza – a mesma benfeitoria de modernidade que foi implantada na Avenida Desembargador Moreira até a Praça Portugal: o aterramento da fiação elétrica.

Retomando o fio da meada. Depois do vídeo, Hélio Leitão passou a ouvir os empresários, todos com reclamações a respeito da qualidade da rede elétrica na zona rural, mas todos com palavras de elogio à atuação do presidente da Enel Ceará, José Nunes, também muito elogiado pelo titular da Seinfra.

“A coisa já esteve pior, mas melhorou muito com o Nunes no comando da Enel”, disse um dos empresários com a concordância do secretário. A Enel distribui energia elétrica em toda a geografia cearense, atendendo a 4,38 milhões de unidades consumidoras nos 184 municípios do estado.

O debate, então, concentrou-se no Programa de Investimentos Especiais em Energia Elétrica (PIE) do governo do Ceará cujo objetivo é o de ampliar, reforçar, estender e remanejar a rede elétrica do estado. Esse programa respira e tem músculo graças à retenção de um percentual da conta de luz cobrada mensalmente dos consumidores. No ano passado, essa retenção representou algo como R$ 80 milhões, dinheiro que cai, automaticamente, numa conta bancária mantida pela Enel, mas demandada pela Seinfra.

Para esta coluna, o mais sensato seria a criação de um fundo que, com os mesmos objetivos, seria administrado por um comitê que, além da Seinfra e da Enel, teria a participação da Fiec e da Faec. Esse comitê analisaria e aprovaria, ou não, as propostas de utilização dos recursos do fundo.

Outra observação da coluna: se, hoje, uma grande empresa agrícola ou industrial desejar instalar-se no interior do Ceará, enfrentará os mesmos problemas que enfrentam agora empresas já instaladas e em operação lá. Mas a Enel está executando um programa de investimento de R$ 4,6 bilhões até 2027, com o qual pretende resolver os gargalos hoje existentes.

Ao final da boa e proveitosa reunião, decidiu-se que, até o fim deste mês de março, estará criado e instalado, no âmbito da Seinfra, um Comitê ou Grupo de Trabalho que cuidará das demandas dos agropecuaristas e, também, dos industriais em relação às questões da energia elétrica.

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