Abastecimento tem fluxo cortado pela metade
Nas bases de tancagem, previsão dos motoristas era que menos de 50% das viagens diárias fossem realizadas
Após o governo federal voltar atrás e conceder alguns pontos que haviam sido exigidos pelos caminhoneiros, o abastecimento de combustível nos postos da Capital começou a voltar ao normal nessa segunda-feira (28). Se durante o domingo a polícia precisou escoltar alguns veículos, ontem, isso não foi necessário. No entanto, o fluxo ainda estava aquém do que é registrado diariamente nas bases de tancagem. A previsão era de que menos da metade do número de viagens fosse realizado pelos pontos de armazenamento localizados no Porto do Mucuripe.
Já na base que abastece os postos da bandeira Shell, a expectativa era de que quase a metade do número diário de abastecimentos fosse feito, já que, do lado de fora, não existia mais bloqueios ou protestos que impedissem a entrada ou saída dos carros. Com movimentação livre no Porto do Mucuripe, e na cidade de Fortaleza, a estimativa era de que o abastecimento na Capital fosse restabelecido já nos próximos dias.
O grande problemas, segundo os motoristas de caminhão, era quando era preciso levar combustível para outras cidades. No interior, as barreiras ainda impedem o tráfego e a chegada dos veículos de abastecimento. Um dos profissionais ouvidos pela reportagem comentou que em algumas rodovias, como a BR-222, é praticamente impossível vencer o movimento grevista. A recomendação das administradoras dos postos, é de não gerar enfrentamentos.
Apoio
Para garantir a estabilidade e evitar qualquer ocorrência, oficiais do batalhão de choque da Polícia Militar, além de um grupo de operações especiais da Guarda Municipal, estavam acompanhando a movimentação no Porto do Mucuripe.
De acordo com o agentes da Guarda Municipal, a ordem era apenas assegurar a manutenção da ordem. Não havia necessidade de escoltar os caminhões de abastecimento. Os policiais militares afirmaram a mesma coisa, e que estavam ali apenas para evitar alguma ocorrência.
Realidade
Apesar da sensação de segurança ter aumentado, entre os motoristas, o clima não era de muito contentamento. Segundo eles, quem estava trabalhando ontem estava ali para garantir o emprego e o sustento da família.
Sem a ameaça dos empregadores para uma possível demissão, muitos afirmaram ter recebido um pedido "exigindo a presença" durante o expediente. Não fosse assim, todos estariam apoiando o movimento de paralisação que tem sido registrado em todo o País. "Se ninguém parar e exigir condições melhores, não tem como melhorar. Esses preços altos não afetam só a gente, mas toda a população brasileira", disse um dos motoristas.