Como foi 2025? Como será 2026? Empresários cearenses respondem
Ivens Jr, Beto Studart, Tom Prado, José Carlos Pontes, Gentil Linhares, Cristiano Maia, Ricard Pereira e Luciano Braga fazem revelações
Esta coluna perguntou a alguns empresários cearenses como foi o ano de 2025 para a sua empresa e qual é a expectativa para 2026. Eis suas respostas:
Ivens Dias Branco Júnior, acionista e CEO de M. Dias Branco: “O ano de 2025 foi marcado por desafios, especialmente por incertezas no cenário global, com a continuidade das tensões no Oriente Médio e a guerra prolongada na Europa. Para 2026, disciplina financeira, eficiência operacional, inovação e boa governança serão essenciais. O foco deverá estar no controle de custos, no aumento da produtividade e na execução consistente, com uso estratégico de tecnologias e sobretudo na valorização permanente das pessoas. A nova etapa da reforma tributária exigirá adaptação e planejamento cuidadoso para assegurar previsibilidade durante a transição. Acreditamos no nosso povo, no nosso país e na força da indústria nacional. Seguimos preparados para avançar com consistência, equilíbrio e compromisso de longo prazo.”
Beto Studart, controlador e CEO do Grupo BSpar: “Para mim, foi um grande ano. Um ano ao longo do qual tive a capacidade de conjugar a liquidez do grupo com a economia real. O ganho com os juros foi muito bom, nos deu resultados fantásticos, mas não fiquei parado em cima dessa atividade que não existe, ela é só gostosa. Eu a conjuguei com a atividade real e expandi muito a área da construção civil, e comprei muitos terrenos, ampliei muito a minha imobiliária. Então, todo o resultado que obtive com os ganhos da atividade financeira apliquei-o na ampliação da atividade da economia real. Isso promoveu uma situação de muito conforto para as nossas empresas. Muito! Assim, 2025 foi para nós um ano muito especial. Adotamos a máxima do Henry Ford, que ensina a produzir em série. Nós estamos a fazer a mesma coisa. A cada quatro meses, queremos estar com um projeto novo na banca do arquiteto, e assim está acontecendo. Conseguimos estabelecer esse ritmo. Hoje somos detentores de 12 obras simultâneas em Fortaleza. Trata-se de um fato inédito, é algo mesmo impressionante. Estou muito feliz por estar acertando nessa estratégia, nessa política.”
José Carlos Pontes, fundador e sócio do Grupo Marquise: “Para o Grupo Marquise, 2025 foi, de forma geral, um bom ano. Em seus diversos negócios, os resultados confirmaram a solidez e a capacidade de execução do grupo. Na área ambiental (SAS), o desempenho foi positivo, embora abaixo dos melhores anos, impactado principalmente pelas dificuldades financeiras enfrentadas por muitos municípios brasileiros, o que gerou algum nível de inadimplência. Já a área de infraestrutura o desempenho foi excepcional, o melhor da história do Grupo. Obras estratégicas para o país marcaram o ano, como a Ferrovia Transnordestina, ligando o Piauí ao Porto do Pecém, além de importantes projetos hídricos em São Paulo, como as barragens de Pedreiras e Duas Pontes, fundamentais para o abastecimento da cidade de Campinas. Também avançaram obras em Minas Gerais, em São Paulo e no Ceará, com destaque para o Eixão das Águas, empreendimento importantíssimo cujo cronograma está absolutamente em dia graças à especial atenção que lhe tem concedido o governador Elmano de Freitas. O setor de infraestrutura do Grupo Marquise fechou 2025 com faturamento acima de R$ 1 bilhão, e inadimplência zero. Os demais negócios — hotelaria, shoppings e incorporações — também apresentaram bons resultados. Para 2026, a expectativa é positiva, com cautela, especialmente para o setor de incorporações e o programa Minha Casa Minha Vida, que deve ganhar força com a queda gradual da taxa Selic. O Grupo segue confiante, avançando passo a passo, com responsabilidade e visão de longo prazo.”
Tom Prado, sócio e CEO da Itaueira Agropecuária: “Para a nossa empresa, 2025 foi um ano muito bom, pois voltamos a produzir e a exportar nossos melões ‘Rei’ e nossas minis melancias da Magali, produzidos no Ceará, no distrito de São João do Aruaru, em Morada Nova, após nove anos afastados, involuntariamente, quando paramos de plantar aqui por falta de água. Agora nesta nova localidade temos mais segurança hídrica e de energia elétrica, com o apoio recebido do governador Elmano de Freitas. A perspectiva para 2026 é positiva para todas as nossas atividades, incluindo os sucos concentrados de acerola, caju, melão, melancia e água de coco; os pimentões ‘Rei’ coloridos e o camarão ‘Rei’, que deverá começar a ser comercializado, com nossa marca principal, no varejo, inicialmente em redes de supermercado exclusivas, selecionadas para produto premium.”
Gentil Linhares, sócio majoritário do Grupo Bomar: “Para as nossas empresas, incluindo a construtora, 2025 foi um ano de grandes realizações, tanto aqui no Ceará, quanto no Piauí e no Maranhão, onde desenvolvemos nossas atividades. Crescemos em todos os setores de nossa atuação, incluindo o da produção de soja e eucalipto no estado do Maranhão. Nossa expectativa para o Ano Novo é otimista, porque a economia brasileira, apesar dos percalços, segue avançando, e nós seguimos avançando com ela”.
Cristiano Maia, dono do Grupo Samaria: “2025 foi excelente. Crescemos na indústria de rações, cuja produção dobramos graças a grandes investimentos no Ceará e em Pernambuco; crescemos também na produção de camarão em nossas fazendas do Rio Grande do Norte e do Ceará; também crescemos na área da construção pesada; e na agropecuária, registramos, igualmente, um bom incremento. Para 2026, esperamos uma boa estação de chuvas. Se as chuvas vierem e recarregarem os grandes açudes do Ceará, cresceremos ainda mais.”
Ricard Pereira, sócio e diretor da Indumetal, empresa do setor da metalurgia: “O ano de 2025 foi marcado por muitos desafios para o ambiente empresarial no Ceará e no Brasil, especialmente pela elevação da carga tributária, altas taxas de juros e dificuldades na captação de mão de obra qualificada. Empresários sentiram forte pressão nos custos, exigindo mais eficiência, planejamento e criatividade para manter a competitividade. O ano de 2025 também mostrou a capacidade de adaptação das empresas, com investimentos em qualificação interna e inovação. No Ceará, destacou-se a busca por novos mercados, energias renováveis e fortalecimento da indústria local. Para 2026, o cenário ainda inspira cautela, pois os desafios tributários, custo de capital e regulatórios tendem a permanecer. Por outro lado, cresce a expectativa de maior profissionalização, uso de tecnologia como a melhor saída para ganhos de produtividade. A pressão por eficiência deve impulsionar a modernização das empresas e a formação de parcerias estratégicas. Empreendedores que investirem em gestão, pessoas e inovação estarão mais preparados para o novo ciclo. Assim, apesar das dificuldades, 2026 poderá consolidar-se como um ano de amadurecimento e oportunidades para quem souber adaptar-se e planejar-se, e acredito que nós cearenses saberemos começar 2026 com o pé direito.”
Luciano Braga, sócio e CEO da Rejuntamix: “Para nós da Rejuntamix, 2025 foi um ano maravilhoso, com crescimento acima de dois dígitos. Isto se deveu a novos investimentos nas nossas plantas fabris que hoje estão no estado do Maranhão, com uma unidade em São Luís; Ceará, com duas; Rio Grande do Norte e Alagoas, com uma unidade. Desta forma, conseguimos cobrir todo o Nordeste, ampliando nossa base de novos clientes. A expectativa para 2026 é de crescimento, pois enxergamos novos mercados, principalmente nos estados da Bahia e do Pará onde queremos implantar novas indústrias. Estamos com alto investimento também na IA para maximizarmos o processo de atendimento, mas mantendo o nosso atendimento humanizado e personalizado, que é o nosso diferencial.”
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