'A indústria é o emprego de melhor qualidade e melhor remuneração', diz ministro Luiz Marinho
Grupo de Trabalho de emprego do G20 se reúne em Fortaleza
A indústria tem potencial de gerar empregos com maior duração e aumentar a média salarial do Brasil, destacou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, na abertura da rodada de reuniões do G20, em Fortaleza, nesta terça-feira (23).
A criação de empregos de qualidade e a promoção do trabalho decente estão entre as prioridades do grupo de trabalho sobre Emprego do bloco. O ministro está à frente das atividades.
Luiz Marinho ressaltou a geração de empregos do setor da indústria no Brasil nos últimos meses. “De janeiro a maio desse ano, já geramos mais de 209 mil empregos na indústria, isso é 69% superior do que a indústria gerados no mesmo período do ano passado”, afirmou.
A indústria é o emprego de maior duração, de melhor qualidade e melhor remuneração, o que impacta inclusive no crescimento da média salarial desse ano em comparação com o ano passado. Há uma retomada do crescimento da geração de empregos e da renda".
Hidrogênio verde e data centers geram oportunidades
O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), reiterou a importância da geração de empregos no setor de indústria e tecnologia, de olho nas oportunidades próximas da cadeia de hidrogênio verde e da expansão da rede de data centers.
“Nós já temos 70 mil vagas de emprego de saldo positivo no Ceará [desde janeiro de 2023] e estamos nos preparando para gerar empregos de maior qualidade. Acabamos de lançar o investimento para formação de mais jovens no IFCE, e estamos na articulação com o setor privado”, destacou.
Luiz Marinho criticou o fato de o Banco Central enxergar o crescimento da geração de empregos como risco. “O Banco Central vê a geração de empregos e fala 'tem um perigo aqui'. É um absurdo, porque o juro brasileiro é o segundo mais alto do mundo, então não tem porque ficar temerário em continuar reduzindo juros porque você está iniciando a retomada”, afirmou o titular.
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O ministro comentou também sobre o impacto da desoneração da folha de pagamento. O benefício para 17 setores da economia foi prorrogado até 2027, com a condição de que o Congresso Nacional aprove um projeto de lei compense que a perda arrecadatória. Luiz Marinho afirmou que a geração de empregos não é dependente da desoneração.
“Tem setores que geraram emprego, mas teriam gerado mesmo que não tivesse a desoneração, porque da natureza do setor iria gerar emprego nesse momento de emprego. Então não é a desoneração ou oneração que está determinando a geração de emprego. Mas evidentemente, uma empresa que está desonerada não quer voltar a ser onerada”, pontuou.
REUNIÃO DO G20
Essa rodada de reuniões em Fortaleza marca a etapa final do Grupo de Trabalho sobre Emprego do G20 Brasil. No primeiro momento, se reuniram as centrais sindicais dos vinte países membros e de nações convidadas.
Já na quinta (25) e sexta-feira (24), se reúnem os ministros do Trabalho de todos os países que compõem o bloco. O grupo de trabalho discute a criação de empregos qualificados, promoção de transição justa no processo de transformações digitais, igualdade de gênero e promoção da diversidade.
Os representantes devem definir diretrizes a serem seguidas pelos 19 países membros e a União Europeia e Africana, durante a gestão brasileira do grupo.