Quem é Adrilles Jorge, ex-BBB e comentarista demitido após suposta saudação nazista

Escritor e jornalista já foi amigo de Pedro Bial e coleciona declarações problemáticas, envolvendo racismo e homofobia

Escrito por Redação ,
Adrilles Jorge
Legenda: Adrilles Reis Jorge, de 47 anos, é mineiro de Belo Horizonte, escritor, poeta e jornalista
Foto: Reprodução/YouTube/Eduardo Bolsonaro

Nas últimas 24 horas, o nome do comentarista político Adrilles Jorge esteve em alta, após ele fazer um gesto interpretado como uma saudação nazista, durante sua participação no programa Opinião, da Jovem Pan News, nesta terça-feira (8).

Adrilles participava de um debate sobre o caso Monark e, no encerramento do programa, ergueu o braço flexionado com a palma da mão estendida na altura do rosto. 

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O gesto foi visto por muitos internautas como uma variação do "sieg heil", usado por Hitler e pelo ministro da Propaganda nazista, Joseph Goebbels. Com a repercussão negativa do caso, Adrilles foi demitido da emissora nesta quarta (9).

Quem é Adrilles Jorge?

Adrilles Reis Jorge, de 47 anos, é mineiro de Belo Horizonte, escritor, poeta e jornalista. Se tornou conhecido do público sete anos atrás, quando participou do BBB 15, da TV Globo. 

Foi o décimo eliminado do programa, em um paredão disputado contra César Lima, campeão daquela edição. Embora sua participação no reality tenha sido exibida com um certo teor cômico, Adrilles se envolveu em episódios problemáticos. 

Declaradamente apaixonado pela participante Tamires, sua relação com a 'sister' virou uma obsessão, a ponto de ela declarar não suportar conviver com ele na casa.

Outro fato de repercussão negativa na época foi o preconceito contra Luan, um dos participantes negros da edição, a quem Adrilles se referiu como bandido durante uma discussão entre os dois. "Seu lugar é em outro confinamento, bandidinho", disse na ocasião. 

Adrilles e Luan
Legenda: Em discussão contra Luan no BBB15, Adrilles se refere a ele como bandido
Foto: Reprodução

Amizade com Bial

O ex-BBB, inclusive, foi o único do programa a manter uma relação de amizade com Pedro Bial, apresentador da atração por 14 anos. 

O jornalista chegou a revelar que o admirava por sua inteligência e admitiu ser a única amizade cultivada com um participante do programa.

Segundo informações do Uol, a amizade entre os dois esfriou após a posição pró-bolsonarista do ex-BBB.

Racismo e homofobia

De perfil de extrema-direita, Adrilles foi contratado pela Jovem Pan e passou a colecionar declarações problemáticas e por vezes absurdas. 

Em uma das ocasiões chegou a menosprezar a escravidão e a deturpar o racismo no País e no mundo. "As negras não foram estupradas. Elas namoravam com brancos, ou seja, a gente criou uma cultura democrática racial graças ao pouco racismo que a gente tem diante de países como África do Sul e Estados Unidos, em que você vê na pele o racismo. Em que as pessoas são muito brancas ou muito negras. Não é o caso do Brasil. A gente é uma democracia racial, sim, embora exista ainda racismo", disse.

Ele também já ofendeu o apresentador André Marques, da TV Globo, criticou e diminuiu o talento de Marília Mendonça após sua morte e fez comentários homofóbicos sobre a postura de Tiago Abravanel, um dos participantes famosos do BBB 22. 

"Vão me chamar de homofóbico, mas dane-se. O Tiago tá muito gay. Ele não era tão gay assim", disse durante o programa. "Ele é gay. Ele tá afetadinho e desmunhecado. 'Oi, viado, não sei o quê'. Ele não era assim. É um grande ator, ele era mais discreto. Não sou homofóbico, mas eu acho que ele tá forçando para falar a base LGBT", disse. 

Demissão da Jovem Pan

Após sua saída da Jovem Pan, o ex-BBB comentou a demissão e negou que tenha tido a intenção de reproduzir o gesto nazista.

"Fui demitido da Jovem Pan . Por dar um tchau deturpado por canceladores. Infelizmente a pressão de uma turba canceladora e sua sanha de sangue surtiram efeito. Agradeço a Jovem Pan pela oportunidade e a todos os amigos que lá conquistei e que em mim confiam e apoiam.", defendeu-se o comentarista em sua rede social. 

Sem citar o nome dele, a Jovem Pan emitiu um comunicado, onde afirma que dá limites aos seus comentaristas, porém respeitando as legislações vigentes no País, e que não endossa qualquer manifestação que leve a discurso de ódio.

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