Estado assume controle do Hospital Batista para atender casos de coronavírus

Ao todo, o equipamento terá 131 leitos equipados, incluindo 7 unidades de terapia intensiva (UTI)

Escrito por Samuel Quintela ,
Legenda: Sei que não tem sido fácil, mas essa (o isolamento social) é a decisão mais certa para prevenir e salvar vidas no mundo inteiro.
Foto: Foto: Reprodução/Facebook

O Governo do Estado assumiu mais um equipamento privado para o combate ao coronavírus. Depois de assumir o Hospital Leonardo da Vinci, o Estado reabriu o Hospital Batista, que será mais um local dedicado ao atendimento de casos do novo coronavírus. A informação foi confirmada pelo governador Camilo Santana durante transmissão pelas redes sociais nesta quarta-feira (15). O  Governo já vinha estudando requisitar o hospital desde o início do mês

O hospital, que passará a atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS), deverá ter 131 leitos, incluindo 7 unidades de tratamento intensivo (UTI). O governador ainda destacou que o Estado está trabalhando para aumentar o número de leitos de UTI para atender os casos graves da Covid-19, doença causada pelo coronavírus. O Hospital Batista estava fechado.

Ele, contudo, ressaltou a dificuldade em adquirir equipamentos de proteção individual, respiradores e insumos hospitalares nos mercados internacional e nacional.

"Tem sido um desafio diário a compra de equipamentos de proteção individual, respiradores e outros insumos hospitalares. Conseguimos implantar 169 leitos de UTI no Ceará para ampliar a rede hospitalar em três semanas, mas queremos aumentar a capacidade de atendimento. Estamos atrás de comprar respiradores em todos os cantos e estamos fazendo de tudo para ampliar o número de UTIs, mas temos uma grande dificuldade", disse Camilo.

O governador ainda destacou que o Estado ainda aguarda a chegada de 700 respiradores comprados de uma empresa chinesa nas próximas semanas.

"Compramos 700 respiradores de uma empresa chinesa e estou esperando uma resposta para garantir a chegada desses respiradores que compramos, que é fundamental para o atendimento dos casos graves. Conversei com empresários e embaixadores para tentar garantir esses equipamentos", explicou.

"Esse é um momento difícil, duro, e que precisaremos olhar com seriedade para o problema, mas juntos, unidos, nós conseguiremos fazer essa travessia, minimizando os impactos dessa crise para população do Ceará", completou Camilo.

Conta de água

Durante a transmissão, o governador também disse que enviou dois projetos de lei à Assembleia Legislativa para garantir que as famílias em áreas rurais e as famílias nos municípios não atendidos pela Cagece possam ter o abatido das contas de água. 

A medida deverá seguir as condições do projeto já anunciado pelo Governo para a Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece), com um limite de até 10 metros cúbicos por mês.

UTI: internações dobram em 24h

Num período de 24 horas, entre segunda (13) e terça-feira (14), cresceu de 38 para 73 o número de hospitalizações em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) de Fortaleza para atender a casos confirmados de covid-19. O aumento foi de 92,1%, segundo o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), divulgado nesta terça. 

Impasse sobre decreto de isolamento

Um novo impasse sobre a abertura do comércio em Fortaleza fez o procurador-geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, divulgar nota pública nesta quarta-feira (15) na qual afirma que o decreto de isolamento social do Governo estadual é "de cumprimento obrigatório em todo o Estado", ainda que não haja determinações municipais.  

Na terça-feira (14), promotores de Justiça das varas da Fazenda Pública na Capital expediram recomendação conjunta ao prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (PDT), afirmando que era competência exclusiva do Município suspender as atividades do comércio.  

Caso não houvesse decreto próprio da Capital, "restaurantes, bares, academias, empresas e setor de serviços, obras de construção civil de natureza privada, templos, igrejas e demais instituições religiosas, academias, clubes, centros de ginástica, lojas ou estabelecimentos que pratiquem o comércio ou prestem serviços de natureza privada", poderiam funcionar normalmente. Além disso, não seria possível o fechamento ou imposição de multas, quer pelo poder público municipal, quer pelo poder público estadual”. 

Mortes em casa

O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, afirmou, no início da noite da última terça-feira (14), que 15% dos óbitos por Covid-19 ocorridos na Capital foram de pessoas dentro de casa ou que procuraram o serviço de saúde já com parada cardiorrespiratória. 

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