Quase metade dos alunos da rede municipal de Fortaleza com D1 não tomaram a D2 contra a Covid-19

Secretarias buscam identificar crianças e adolescentes com pendência e sensibilizar os pais pela autorização.

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: Na cidade, 36 mil crianças e 10 mil adolescentes não completaram o esquema básico de imunização.
Foto: Fabiane de Paula

Cerca de 46 mil crianças e jovens de 5 a 17 anos matriculados na rede municipal de ensino da Prefeitura de Fortaleza ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19. A informação foi dada pela secretária municipal de Saúde, Ana Estela Leite, em entrevista ao Diário do Nordeste.

Ao todo, a rede tem quase 197 mil alunos na faixa etária permitida para imunização. Destes, 113 mil (cerca de 56%) foram vacinados com a primeira dose. Porém, apenas 67 mil completaram o esquema básico, com as crianças representando a maioria dos faltosos.

Adolescentes - 12 a 17 anos
D1 - 50 mil
D2 - 40 mil
Faltosos - 10 mil

Crianças - 5 a 11 anos
D1 - 63 mil
D2 - 27 mil
Faltosos - 36 mil

O número de faltosos nas escolas municipais também representa 40% de todas as 117 mil crianças e adolescentes com a D2 pendente na cidade. 

“Ainda temos aí um público a alcançar importante”, reconhece Ana Estela. Porém, a campanha tem um agravante: milhares de vacinas da Pfizer pediátrica estão próximas do vencimento, e não há previsão de reposição do estoque por parte do Ministério da Saúde.

Segundo a secretária, há um cruzamento de dados com a Secretaria Municipal de Educação que permite à gestão saber, em cada escola, quantas crianças estão com pendência na vacinação.

A partir disso, é feito um trabalho localizado para sensibilizar os pais, solicitar a assinatura do termo de autorização e ampliar a cobertura nesses locais.

Quando chegou hora de vacinar as nossas crianças, se gerou uma polêmica muito grande no país como um todo. Se esse questionamento se transfere pras outras vacinas, é um prejuízo muito grande em termos de saúde pública”.

A também médica pediatra lembra que doenças comuns em crianças, como poliomielite, sarampo e infecção por rotavírus, só foram controladas com a maior adesão dos pais às campanhas de vacinação. Logo, é preciso resgatar essa consciência.

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Reações adversas

Um dos discursos contra a vacina da Covid-19 em crianças levanta suspeitas sobre a segurança do imunizante. Porém, Ana Estela Leite garante que não houve registro de reações adversas graves nesse público desde que a imunização começou, no dia 15 de janeiro.

“Temos mais de 200 mil crianças vacinadas e nenhuma teve evento adverso grave. Então isso traz uma tranquilidade, uma segurança para as famílias. A gente precisa buscar os centros para proteger esse público que não tem autonomia, que precisa de um adulto que o leve aos locais de vacinação ou autorize à escola que as nossas equipes imunizem”, ressalta.

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