Ocupação de UTIs no Ceará cai em fevereiro, mas média é de 300 pacientes internados com Covid
Apesar do número alto, Governo do Estado confirma redução na demanda por leitos para tratar a doença.
Embora o Ceará atravesse um momento de redução nas confirmações de novos casos de Covid-19, o impacto da terceira onda da doença neste início de ano ainda tem reflexo nas unidades hospitalares. Mesmo com redução na ocupação de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), ainda há média de 290 leitos pacientes por dia.
As taxas de ocupação aferidas pela plataforma IntegraSUS, da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), mostram que houve queda entre a segunda quinzena de janeiro, quando ficavam em torno de 80% a 90%, para uma média atual de 70%. Os dados consideram tanto hospitais públicos quanto privados.
No entanto, o número absoluto de pacientes cresceu: nas duas primeiras semanas de janeiro, a média diária de leitos ocupados era de 137. Já nas duas primeiras de fevereiro, aumentou para 346. Nesta última semana, voltou a cair para 290.
Assim, só houve redução da taxa de ocupação porque a quantidade de leitos de UTI disponíveis aumentou, conforme decisões do Governo do Estado e de entidades particulares, prevendo possíveis aumentos na demanda por atendimentos.
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Especialistas explicam que, por causa da vacinação, as manifestações clínicas da variante Ômicron têm sido mais brandas na maior parte da população. Contudo, há grupos mais vulneráveis a complicações, como crianças, idosos e pessoas com deficiência no sistema imunológico - além dos não vacinados.
O vírus tem o potencial enorme de produzir novas variantes, inclusive, a Ômicron já está com uma subvariante, a BA2, que os estudos mostram que é pior, mais virulenta. Tem uma capacidade maior de produzir casos graves, quando a gente analisa o total de casos de Covid. E isso é preocupante"
Para Gurgel, ainda não é momento para se acreditar “que a pandemia acabou”, lembrando períodos anteriores de menor intensidade da transmissão.
“A grande preocupação dos epidemiologistas e dos virologistas é o surgimento de uma variante de interesse que seja refratária às vacinas existentes, às medicações tentando controlar infecções graves e alto poder de transmissibilidade e, consequentemente, internações e mortes", explora.
Monitoramento e cuidados
De acordo com o secretário de saúde do Ceará, Marcos Gadelha, há uma melhora do cenário epidemiológico do Ceará, tanto pela redução da positividade de exames quanto da menor procura por atendimentos em unidades básicas.
“O que significa uma menor transmissibilidade do vírus e uma demanda menor por leitos de internação, tanto de enfermaria como UTI. Isso tudo só foi possível graças ao avanço da nossa vacinação. A gente ressalta a importância de o cidadão aderir e procurar os postos de vacinação”, recomenda.
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A virologista Caroline Gurgel e o médico infectologista Keny Colares, consultor da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), também percebem que pode haver novo aumento da curva de casos se houver registros de aglomerações no período de Carnaval.
“Creio que, até o fim do ano, ainda possamos ter outras ondas. Tudo depende do comportamento das pessoas. É muito importante esperar a curva se estabilizar e não se descuidar para não ter piora da epidemia novamente”, afirma Colares.