Laje desaba em obra do Hospital Universitário da Uece e atinge operários

Equipes da Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Perícia Forense foram ao local

Escrito por Darley Melo, Nícolas Paulino , ceara@svm.com.br
Legenda: Funcionários estão sendo dispensados do local.
Foto: Halisson Ferreira/SVM

Um desabamento foi registrado numa das lajes da obra de construção do Hospital Universitário do Ceará (HUC), vinculado à Universidade Estadual do Ceará (Uece), no bairro Itaperi, na manhã desta quarta-feira (13).

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Fortaleza, um operário teve a cabeça esmagada e morreu. Ele foi identificado como o pedreiro José Carlos dos Santos Cruz, de 28 anos. Outro homem ficou gravemente ferido.

"Eles estavam numa laje fazendo a concretagem quando uma das vigas de sustentação despencou, e a laje foi junto. Alguns trabalhadores conseguiram sair de cima e correr", relata o presidente do Sindicato, Nestor Bezerra. 

De acordo com um dos operários, foi ouvido um grande estrondo na estrutura, parecido com "um trovão".

Em nota, uma das construtoras do empreendimento lamentou o acidente, confirmando uma morte e a hospitalização de outro operário, que está "recebendo todos os cuidados devidos".

"Comunicamos que, desde o momento do ocorrido, foram tomadas todas as providências necessárias de assistência imediata aos trabalhadores envolvidos, bem como aos familiares prestando todo apoio essencial, e com os órgãos públicos responsáveis para apuração dos fatos", declarou o Consórcio Saúde Ceará.

Os funcionários da obra foram dispensados. Equipes da Defesa Civil de Fortaleza e do Corpo de Bombeiros foram ao local. Um veículo da Perícia Forense também chegou à obra por volta das 11h30.

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Perícia

Equipes da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) foram ao local nesta tarde e recolheram os primeiros indícios para as investigações. A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) solicitou um laudo ao órgão. 

No entanto, "por se tratar de um trabalho complexo", ainda não há prazo para a conclusão pericial, conforme a pasta. A obra segue interditada por tempo indeterminado. 

Izolda determina apuração e investigação 

Post de Izolda Cela no facebook
Legenda: Izolda se manifesta sobre acidente em obra de hospital universitário
Foto: Reprodução/ Facebook

A governadora do Ceará, Izolda Cela, se manifestou nas redes sociais. Ela lamentou o ocorrido e determinou a apuração imediata por parte do Consórcio, além de investigação da Polícia Civil. 

"Recebi com pesar a notícia da morte de um operário e ferimentos em outro, num acidente ocorrido com uma laje na obra do Hospital Universitário do Ceará, na Uece. Determinei apuração imediata por parte do Consórcio de empresas responsável pela obra, da Superintendência de Obras Públicas e investigação da Policia Civil, além de apoio às famílias das duas vítimas. Meus sentimentos de pesar aos familiares e amigos".

Uece lamenta acidente

Em nota, a Reitoria da Uece lamentou "profundamente" o acidente. "A Universidade manifesta sua solidariedade aos familiares e aos amigos das vítimas".

"A Uece aguarda a apuração dos fatos por parte do consórcio de empresas responsável pela obra e da Superintendência de Obras Públicas (SOP), bem como a investigação pela Polícia Civil, conforme determinado pelo Governo do Estado do Ceará", diz o texto.

Ex-governador se manifesta

twitter de camilo santana
Legenda: Ex-governador se manifestou nas redes sociais
Foto: Reprodução

Camilo Santana, ex-governador do Estado, também se manifestou sobre o acidente.

"Recebi com muita tristeza a notícia da morte de um operário e de ferimentos em outro, nesta quarta-feira, em acidente ocorrido com uma laje nas obras do Hospital Universitário do Ceará, na Uece. Que Deus conforte o coração dos familiares e amigos", escreveu nas redes sociais.

Maior hospital do Ceará

O HUC foi anunciado ainda em 2019 e teve ordem de serviço de construção assinada em janeiro de 2021. A previsão é que ele seja entregue até o fim deste ano, de acordo com o Governo do Estado.

Em sete pavimentos, o equipamento deverá ter 655 leitos, dos quais 160 Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), clínicas, centros cirúrgicos e obstétricos, enfermarias pediátricas e ambulatórios.

A proposta é atender a casos de alta complexidade e oferecer suporte a outros hospitais da Região Metropolitana (RMF).

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