José Walter e Jardim das Oliveiras têm o maior número de confirmações de dengue e chikungunya; lista

Momento atual não caracteriza epidemia das doenças, mas os próximos meses precisam de atenção para evitar alta de casos

Escrito por Nícolas Paulino , nicolas.paulino@svm.com.br
Legenda: A maioria dos focos do mosquito Aedes aegypti está dentro das residências.
Foto: AFP

As arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti vêm tendo aumentos seguidos de registros desde o início de 2022. Em Fortaleza, os casos confirmados de dengue e chikungunya cresceram 32% entre março e abril, de acordo com o boletim epidemiológico mais recente da Secretaria Municipal da Saúde (SMS).

Em março, foram contabilizados 1.091 casos, sendo 663 de chikungunya e 428 de dengue. Já em abril, foram 1.447, sendo 765 de dengue e 682 de chikungunya. Os bairros com mais confirmações desde janeiro foram Prefeito José Walter, com 493, e Jardim das Oliveiras, com 245.

Bairros vizinhos a esses dois também têm números altos. Em entrevista ao Sistema Verdes Mares, o gerente da Célula de Vigilância Ambiental e Riscos Biológicos da SMS, Atualpa Soares, explica que é preciso avaliar o comportamento das duas doenças nos próximos meses.

“Historicamente, os meses de abril, maio e junho são os mais críticos, quando a gente tem o ‘estouro’ do maior número de casos. A gente tem que monitorar porque é nesse período que a transmissão se intensifica”, afirma.

A SMS não registrou óbitos pelas duas doenças até o momento.

No caso da dengue, o boletim epidemiológico explica que, embora tenha havido um aumento de 78% nas confirmações entre março e abril, o primeiro quadrimestre do ano ainda mostra “transmissão dentro do padrão endêmico do município”.

Veja o cenário de casos acumulados por Regional:

  • Fortaleza - 1.433 de dengue e 1.524 de chikungunya
  • Regional I - 245 de dengue e 35 de chikungunya
  • Regional II - 72 de dengue e 116 de chikungunya
  • Regional III - 95 de dengue e 35 de chikungunya
  • Regional IV - 111 de dengue e 103 de chikungunya
  • Regional V - 527 de dengue e 560 de chikungunya
  • Regional VI - 375 de dengue e 662 de chikungunya

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Cuidados dentro de casa

Já a chikungunya chama mais atenção porque tem os maiores quantitativos desde 2017, quando a cidade viveu uma epidemia da doença. Uma evidência disso é um crescimento de 40 vezes em relação a abril de 2021: naquele mês, foram 17 confirmações, contra 682 de abril deste ano.

Atualpa Soares explica que o alerta para a chikungunya se deve a uma população ainda suscetível, nos bairros mencionados, que “está sendo confrontada com a doença agora”.

Segundo o gerente, considerando toda a cidade, não há caracterização de uma epidemia de arboviroses. Porém, é preciso manter ações de cuidado e controle para evitar que outros bairros passem por aumentos importantes de casos.

No José Walter, por exemplo, equipes de agentes comunitários de endemias realizam mobilizações de educação social, além de intensificarem as visitas domiciliares.

80%
dos focos do Aedes aegypti estão dentro dos domicílios, lembra Atualpa.

Para evitar as arboviroses, é preciso combater os focos em objetos que acumulam água e locais propícios para a criação do mosquito.

Como forma de reduzir riscos, é importante não acumular água em latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasinhos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos e lixeiras, entre outros.

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Alerta no Ceará

A preocupação com as arboviroses não é exclusiva da Capital. O Ceará registrou crescimento de 503,5% no número de casos notificados das doenças durante as primeiras semanas de 2022, em relação ao mesmo período de 2021, segundo Boletim Epidemiológico da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Sintomas

A chikungunya, a dengue e a zika têm sintomas que podem ser confundidos. No entanto, a chikungunya, em sua fase aguda, pode afetar, inclusive, a locomoção do infectado. 

Os principais sintomas da doença, a mais comum das arboviroses em 2022 no Ceará, são:

  • Febre súbita, a partir de 38.5 °C;
  • Dores intensas nas articulações, junto a inchaço nas mesmas, que dificultam atividades de rotina, como andar, tomar banho, cozinhar e etc; 
  • Manchas vermelhas pelo corpo, com coceira intensa;

Os sintomas costumam aparecer entre 2 a 10 dias após a picada do mosquito, e permanecem entre 7 a 30 dias no infectado. A fase aguda da doença dura os 14 primeiros dias da infecção. Entretanto, as suas consequências podem durar anos.  

 

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