Fumaça no aterro de Quixadá afeta moradores há 4 dias seguidos: ‘não tem como respirar’
Problema atinge saúde física da população, que aponta a recorrência da situação no período mais quente do ano
Moradores de Quixadá, no Sertão Central do Ceará, convivem com falta de ar, tosse, irritação nos olhos e garganta, dentre outros prejuízos causados pela fumaça gerada no aterro sanitário da cidade desde terça-feira (5). Ainda na manhã deste sábado (5), mesmo numa intensidade menor, ainda é possível sentir os efeitos da queimada, conforme os relatos.
As áreas afetadas abrangem os loteamentos Renato Carneiro, Baviera, Boto, Ipiranga e a região do Centro, de acordo com a população, que aponta a recorrência do problema no segundo semestre do ano – período mais quente e sem chuvas.
O Diário do Nordeste procurou a Prefeitura de Quixadá para entender o que causou o problema, quais medidas foram realizadas e quando a emissão de fumaça deve ser interrompida. A gestão ainda não respondeu aos questionamentos da reportagem.
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— Diário do Nordeste (@diarioonline) August 5, 2023
As dúvidas sobre a gestão do lixo são muitas para uma funcionária pública, que optou por não ter a identidade divulgada, que sofre as consequências da fumaça ao lado dos filhos pequenos. "Somos alérgicos, estou fanhosa, com nariz entupido, garganta e olhos queimando", detalha.
"Na quinta pela manhã a fumaça do lixão invadiu praticamente metade da cidade e é muito difícil conviver com isso, porque é uma situação que os prefeitos não tratam e todos os anos tem essas queimadas”, frisa.
A fumaça também afeta os animais da região, que são dispersos com o cheiro forte. Além disso, a situação prejudica a visibilidade nas ruas e avenidas, sendo um perigo para os motoristas.
Aterro sanitário
A funcionária contextualiza que o aterro sanitário funciona a céu aberto e tem uma extensão “impressionante”. Para ela, a situação pode acontecer por incêndios provocados por pessoas ou de formados de maneira natural.
“Todo ano tem essas queimadas, já aconteceram acidentes pela fumaça ser muito densa e o problema é que ninguém busca uma solução. Em outras gestões desativaram por um tempo, mas isso deixou de acontecer”, completa.
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Rousianne Virgulino, 43, acrescenta que nos loteamentos há bebês, pacientes com crise asmática e idosos com baixa mobilidade. Sem ter para onde ir, a população acumula insatisfações.
"Não tem como respirar, é uma neblina dentro de casa, na rua toda. De longe, vê essa fumaça que é 24h”, detalha. Por isso, é preciso lavar cortinas, redes e outras ações de limpeza doméstica, mas que não são suficientes devido à continuidade da fumaça.
"Esse lixão não era para existir mais dentro da cidade, antes uma empresa enviava para outro aterro sanitário, mas há 3 anos isso acontece", destaca.