Em duas semanas, 72 cidades do Ceará já registraram o volume de chuvas esperado para o mês de junho

A maioria desses municípios está localizada na região do Sertão Central e Inhamuns, como Saboeiro e Ibaretama

Escrito por Redação ,
Pessoa de costas, com guarda-chuvas
Legenda: Em Fortaleza, já choveu mais da metade do esperado para o mês de junho
Foto: Kid Jr.

Passadas as duas primeiras semanas de junho, duas a cada cinco cidades os do Ceará já atingiram o volume de chuvas esperado para todo o mês. Uma delas teve exatamente o valor da normal climatológica, enquanto 71 o ultrapassaram. As informações, ainda preliminares, são do Calendário de Chuvas da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) e são atualizadas à medida que os dados são repassados à entidade.

A reportagem reuniu informações sobre a chuva máxima para todo o mês de junho no período de 2010 a 2023. Para 2024, foram coletados os dados do dia 1º até a última segunda-feira (17).

A maioria das cidades que já tiveram a chuva esperada está localizada na região do Sertão Central e Inhamuns. É o caso de Saboeiro, que já teve os 13,1 mm de precipitação esperados para o mês todo, e de Ibaretama, onde a normal climatológica é de 53,2 mm e já choveu 123 mm.

Considerando essa última cidade, a primeira quinzena do mês, em 2024, já teve mais chuva do que junho inteiro nos últimos dez anos. Em 2023, por exemplo, o município fechou o período com 57,3 mm. Em 2018, não foi observado nem um milímetro de chuva.

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Mas Ibaretama não foi onde mais choveu no Estado até agora. Quem ocupa esse posto até agora é Mulungu, no Maciço de Baturité, onde foram contabilizados 168,2 mm, quando o esperado era de 111,3 mm para os 30 dias. Desde 2010 — ano mais antigo na série histórica coletada pelo Diário do Nordeste —, o mês de junho em que Mulungu havia registrado maior precipitação foi 2020, quando choveu 152 mm.

Entre as 71 cidades que já ultrapassaram o volume de chuvas esperado para o mês, foi em Potengi, também no Sertão Central e Inhamuns, onde choveu menos: 6,9 mm. Mas lá também é o município, entre os analisados, onde se esperava a menor precipitação. A normal para o mês é de 6,3 mm.

Observando o total registrado a cada junho desde 2010 em Potengi, foi em 2022, 2019 e 2013 que a cidade viu caírem os maiores volumes de chuva. Nesses anos, foram observadas precipitações de 43,3 mm, 36,7 mm e 20,3 mm, respectivamente.

ONDE CHOVEU MENOS

Na maior parte do Estado, por outro lado, o valor esperado para as precipitações em junho ainda não foi alcançado. São 112 cidades — ou 61% dos municípios do Ceará. Em três deles (Ibicuitinga, Granjeiro e Salitre) ainda não houve registro de chuva. Outras 14 cidades ainda não choveu nem 5 mm, como Carnaubal, Santana do Cariri e Uruoca.

No caso de Carnaubal, na região da Ibiapaba, a Funceme indica apenas 1 mm de chuva na cidade, o que representa 7% da normal de 15 mm para junho. Ainda assim, foi o do que o registrado em junho do ano passado. Em 2023, os 30 dias do mês registraram apenas 0,7 mm.

Já na Capital, Fortaleza, choveu mais da metade do esperado. Segundo as informações oficiais, até o momento houve 85,7 mm de chuvas na Cidade — 68% da normal climatológica de 125,5 mm para o mês.

CEARÁ TEM 35 AÇUDES SANGRANDO

Dos 157 açudes cearenses monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 35 estão sangrando. Além disso, 44 deles estão com mais de 90% da capacidade. Informações da Resenha Diária produzida pelo órgão em 14 de junho aponta que os reservatórios do Ceará estão com 56,75% do volume preenchido, com 10,51 bilhões de m³.

Por outro lado, em 20 reservatórios o volume está abaixo de 30% e cinco açudes estão com volume morto — como se caracteriza aqueles que não dispõem de tomada de água e estão com menos de 5% de sua capacidade. Nenhum está seco.

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