Da Pontes Vieira à Silas Munguba: saiba quais são os 10 semáforos com mais defeitos em Fortaleza

De janeiro a maio de 2022, a Capital já registrou 1.641 ocorrências de sinais de trânsito apagados ou piscando

Escrito por Lucas Falconery , lucas,falconery@svm.com.br
defeitos nos semáforos
Legenda: Registros de defeitos nos semáforos de Fortaleza se intensificaram no início de 2022
Foto: Fabiane de Paula

O trajeto entre casa e o trabalho, escola ou mesmo a ambientes de lazer pode ser prejudicado por um semáforo com defeito. Em Fortaleza, o problema se tornou mais recorrente esse ano e está concentrado em alguns cruzamentos. Das Avenidas Pontes Vieira à Silas Munguba, as falhas nos sinais podem ocasionar desde engarrafamento a um maior risco de acidentes.

Para entender esse cenário, o Diário do Nordeste solicitou via Lei de Acesso à Informação (LAI) os registros da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) sobre os 10 semáforos da Capital que registraram o maior número de ocorrências de defeitos desde janeiro de 2020 a maio de 2022.

Juntos, os pontos correspondem a 637 registros de problemas nos semáforos. O cruzamento da Avenida Pontes Vieira com a Rua Professor Carvalho, no bairro São João do Tauape, é o mais problemático. Foram 96 registros no período.

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Confira os cruzamentos com mais falhas nos semáforos:

  • Avenida Pontes Vieira x Rua Professor Carvalho: 96
  • Avenida Silas Munguba x Rua Paraguaçu: 76
  • Rua Capitão Vasconcelos x Rua Capitão Aragão: 70
  • Avenida Bernardo Manuel x Rua José Pedra: 66
  • Avenida Deputado Oswaldo Studart x Rua Eduardo Girão: 62
  • Avenida Paula Rodrigues x Avenida 13 de Maio: 60
  • Avenida Carapinima x Rua Padre Francisco Pinto: 59
  • Rua Capitão Gustavo x Avenida Pontes Vieira: 58
  • Rua José Meneleu x Avenida Silas Munguba: 47
  • Avenida dos Expedicionários x Avenida Silas Munguba: 43

Cada semáforo pode ter uma realidade diferente para as ocorrências de falhas, mas 2 principais são apontadas pela AMC como principais: chuvas e roubo de cabos. No primeiro caso, pode ser mudada a tecnologia ou feita uma estratégia para atendimento.

“Como a gente tem muita chuva de madrugada, esses lugares já amanhecem com problema. Então, às 5h chegam os funcionários da manutenção que são direcionados para os lugares de maior fluxo”, explica Lélio Vale, Coordenador da Central da Mobilidade para Preservação de Vidas no Trânsito pela AMC.

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Nos 2 últimos anos, cerca de 30% dos registros se concentraram na quadra chuvosa, entre fevereiro e maio. O acumulado expressivo de chuvas na Capital esse ano contribuiu para as panes elétricas nos semáforos.

Monitoramento
Legenda: Monitoramento e ações de segurança pública contribuem para reduzir o número de furtos de cabos
Foto: Thiago Gadelha

Em relação aos furtos, como são recorrentes na Serrinha e no Bairro de Fátima, é feita a substituição dos cabos de cobre por alumínio, que são menos lucrativos.

“Fizemos uma parceria com a Secretaria de Conservação e Serviços Públicos e estamos utilizando esse material para que nos lugares críticos a gente possa colocar. Temos conseguido diminuir muito dos casos de furtos”, destaca Lélio.

Também acontece um trabalho com apoio da Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) para identificação dos pontos e coibição, por exemplo, de sucatas que recebem esse material.

Continuamos em um trabalho intensivo no monitoramento dos casos na central onde a gente consegue identificar os locais de furto e junto com a Polícia Civil e Militar conseguimos coibir os furtos e os receptadores
Lélio Vale
Coordenador da Central da Mobilidade para Preservação de Vidas no Trânsito

Situação recorrente

Fortaleza teve um aumento expressivo no registro de defeitos nos semáforos no início deste ano. Entre janeiro e maio, 1.641 problemas foram notificados. Isso é mais do que o dobro dos 745 registros do igual período de 2020.

Entre janeiro de 2020 e maio deste ano, a soma do custo mensal com os reparos é de R$ 21,3 milhões.

condutores e pedestres
Legenda: Defeitos nos sinais causam engarrafamentos e transtornos para condutores e pedestres
Foto: Fabiane de Paula

Flávio Tapajós, engenheiro de fabricante de controladores semafóricos explica que problemas técnicos precisam ser identificados com propriedade para a proposição de soluções imediatas e a longo prazo.

"A equipe de engenharia orienta que se faça uma manutenção adequada, que pode ser só a restauração dos cruzamentos nos cabos ou o equipamento pode estar inadequado sem uma boa qualidade", detalha.

Como são feitos os reparos

A AMC envia técnicos ao local do equipamento para identificar qual a causa da instabilidade e acionar o responsável por solucionar o problema identificado. Quando o problema é a baixa tensão ou falta de energia, a concessionária é notificada.

Nas outras ocorrências, técnicos da empresa terceirizada providenciam o reparo para restabelecer o funcionamento do semáforo. Para controlar o trânsito enquanto os reparos são feitos, agentes são enviados para as ruas e avenidas mais movimentadas ou em horários de pico de tráfego.

Os condutores também devem seguir a regra geral de circulação, prevista no artigo 29 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Em caso de trânsito por fluxos de veículos que se cruzem em local não sinalizado, a preferência de passagem será do veículo que vem pela direita.

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