Covid-19: 'leve aumento' de casos faz positividade subir para 15% no Ceará
Crescimento nas infecções está relacionada com novas cepas do vírus e especialistas frisam vacinação para proteção coletiva
A positividade nos testes de Covid-19 está em torno de 15% com leve aumento dos casos notado desde o fim de setembro até o momento, no Ceará, conforme o monitoramento da Secretaria Estadual da Saúde (Sesa). Por causa disso, as autoridades em saúde alertam para a necessidade de vacinação contra a doença.
Os detalhes do acompanhamento foram publicados no informe "Cenário epidemiológico dos vírus respiratórios", publicado na última sexta-feira (22). Em relação à Covid, houve queda até fevereiro com estabilização até maio, quando passou de 5,5% para 13%.
Após algumas oscilações, a positividades nos testes voltou a crescer a partir do dia 29 de setembro, chegando ao valor máximo notado até o momento até o dia 16 de novembro. Atualmente, a cada 100 testes feitos, cerca de 15 são diagnósticos de Covid.
E,m 2024, a Secretaria da Saúde registrou 8.308 casos confirmados de Covid-19 até a primeira quinzena de novembro deste ano. Entre os dias 10 e 16 deste mês, 190 diagnósticos foram feitos para a doença em todas as regiões de saúde do Estado. Contudo, 57,9% estão concentrados na capital cearense.
A maioria dos casos de Covid são em pacientes acima de 20 anos, com maior concentração na população entre 50 e 69 anos, o que representa 22,4% do total de casos.
Após a ampla campanha de vacinação, apenas 5,9% dos casos confirmados da doença precisaram de hospitalização. A maioria, inclusive, tem alguma doença crônica (59,6%), como doença cardiovascular crônica (47,8%), diabetes (36,2%), doença neurológica crônica (15,4%), dentre outras.
A analista de Recursos Humanos Camila Corrêa, de 39 anos, faz parte do grupo afetado pela doença no período. "Na quinta (21), amanheci com a garganta como se fosse inflamar. Achei estranho, mas imaginei que era da poeira”, detalha sobre os sintomas iniciais.
No dia seguinte não havia dor, só o nariz congestionado, mas o autoteste realizado deu negativo para a doença. “No domingo, a garganta voltou a doer e começou uma dorzinha de cabeça. Repeti o teste na segunda-feira (25) e deu positivo”, lembra.
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Como tratamento, Camila precisou apenas de descongestionante nasal e corticoide. Essa é a segunda vez em que testa positivo para Covid desde o surgimento da doença. A analista sempre manteve a preocupação com a vacinação e recebeu todas as doses indicadas.
Antonio Silva Lima Neto, secretário executivo de Vigilância em Saúde, reforça a relevância dessa atitude diante do cenário atual. Isso porque o aumento de casos pode estar ligado à circulação de novas formas do vírus no Estado e o imunizante consegue proteger contra as formas graves e necessidade de hospitalização pela doença.
"O importante é dizer que são variantes com uma proteção muito bem descrita através das vacinas. Tem gente que esquece e negligencia a vacina, mas neste momento faz-se necessário, sobretudo, para os grupos prioritários", destaca sobre a situação de bebês de seis meses a crianças de cinco anos.
O cenário vinha muito estável desde o meio do ano, a transmissão estava muito baixa. No entanto, sobretudo nas últimas três semanas, a gente percebeu um aumento de positividade e esses casos são, na grande maioria, leves
Outros vírus respiratórios
A Secretaria da Saúde do Ceará realiza um acompanhamento de quais são os vírus circulantes no Estado como uma forma de estabelecer estratégias de enfrentamento às doenças causadas por esses agentes. Em 2024, foram processadas 65.007 amostras com positividade viral em 15.634.
O rinovírus foi detectado em 4.530 (29,0%), influenza A em 3.527 (22,6%) amostras, VSR em 3.173 (20,3%), SARS-CoV-2 em 2.954 (18,9%), rinovírus/enterovírus humano em 599 (3,8%) e outros vírus de importância epidemiológica foram detectados em 851 (5,4%).
De modo geral, entre os vírus monitorados pela Sesa, o causador da Covid foi responsável por 11,8% dos internamentos por quadros respiratórios com identificação viral, em 2024. A principal causa, até o momento, foi do Vírus Sincicial Respiratório (VSR), ligado a 32,3% das hospitalizações.