Ceará é o 2º estado do NE com mais pessoas que tomaram todas as doses da vacina contra a Covid-19
Dados da PNAD Contínua 2023 foram apresentados pelo IBGE na manhã desta sexta-feira (24)
Desde que a enfermeira Mônica Calazans recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 aplicada no Brasil, em 17 de janeiro de 2021, as estratégias adotadas pelas autoridades sanitárias e as orientações à população variaram ao longo do tempo. Mudanças no cenário epidemiológico, aquisição de novos imunizantes e identificação de novas variantes impactaram, por exemplo, o esquema vacinal indicado para cada público.
No primeiro trimestre de 2023, 60% dos cearenses com 5 anos ou mais havia tomado todas as doses recomendadas à época. Com isso, o Ceará foi o 2º lugar entre os estados do Nordeste e o 7º em todo o País com maior percentual da população com o esquema vacinal atualizado conforme as diretrizes da comunidade científica naquele momento.
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Entre os estados nordestinos, apenas Pernambuco estava à frente do Ceará, com 68% da população afirmando estar com a vacinação em dia. O último lugar do ranking regional foi ocupado pelo Maranhão, cujo percentual foi de 38% — maior apenas que o do Pará (37%) e o de Roraima (36%), levando em conta o restante do País.
Quando se considera os entrevistados que disseram ter tomado ao menos uma dose, sem completar o esquema vacinal contra a Covid-19, as proporções são ainda mais altas. Nessa lista, o Ceará (95%) ocupou o 3º lugar no Nordeste, atrás do Piauí (97%) e de Pernambuco (96%). No cenário nacional, São Paulo (96%) e Minas Gerais (96%) também aparecem no topo do ranking, e o Estado ficou em 5º lugar.
Os dados são do módulo suplementar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) de 2023 relacionado à Covid-19 e foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (24).
A resposta sobre a adequação ao número de doses recomendadas teve como base a percepção do entrevistado, sem necessidade de apresentar comprovante de vacinação e independentemente do fabricante das vacinas.
ESQUEMA VACINAL INCOMPLETO
O questionário também abordou os motivos alegados pelos entrevistados para não terem tomado todas as doses recomendadas do imunizante. No Nordeste, as principais explicações são:
- Por esquecimento ou falta de tempo (25,4%)
- Está aguardando ou não completou o intervalo para tomar a próxima dose (24,4%)
- Não acha necessário, tomou as doses que gostaria e/ou não confia na vacina (19,8%)
“Esquecimento ou falta de tempo” foi a principal explicação apresentada pelos entrevistados em 4 das 5 regiões brasileiras. A exceção foi o Sul, onde o motivo mais relatado foi “Não acha necessário, tomou as doses que gostaria e/ou não confia na vacina”.
PESSOAS SEM VACINA
Ainda segundo a PNAD Contínua: Covid-19, a região Sudeste foi a que apresentou menor percentual de pessoas que não haviam se vacinado (3,7%), em seguida estava o Nordeste (5,5%). Em todo o País, essa parcela é mais alta entre crianças e adolescentes do que entre adultos.
Em todo o Brasil, a falta de confiança nos imunizantes contra a doença foi a razão mais apontada por pessoas maiores de idade para não tomar a vacina, seguido por medo de reações adversas ou da injeção.
Entre brasileiros de 5 a 17 anos, as respostas apontaram principalmente o medo da reação adversa ou da injeção. Em seguida, estava a percepção de que não era necessário ou de que já estava imune à doença. “Para crianças e adolescentes, é possível que o motivo para não se vacinar tenha sido dos pais ou responsáveis”, destaca o IBGE.
PNAD CONTÍNUA 2023: COVID-19
A cada três meses, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) visita 211.344 domicílios em todo o País, com realização de entrevistas ao longo de 12 semanas. No primeiro trimestre de 2023, o IBGE abordou a temática da Covid-19 em parceria com o Ministério da Saúde.
Para isso, o questionário de pesquisa contou com um módulo suplementar de perguntas aplicado aos moradores do domicílio com 5 anos ou mais. Foram investigados aspectos como vacinação, diagnóstico da doença e persistência dos sintomas (Covid longa).
Segundo informações do Instituto, o questionário utilizado começou a ser elaborado ainda no 1º semestre de 2022, tomando como base as diretrizes para vacinação e testagem naquele momento.
À época, apenas adultos e para crianças e adolescentes a partir de 5 anos podiam receber os imunizantes. A vacinação do público a partir de 6 meses estava em andamento durante a coleta da pesquisa, no ano seguinte, e por isso essa faixa etária não foi contemplada.