Casos de síndrome diarreica em postos de saúde triplicam entre janeiro e fevereiro em Fortaleza

Período de chuvas aumenta transmissão da doença e pacientes devem estar alertas para hidratação; veja orientações

Escrito por Lucas Falconery , lucas.falconery@svm.com.br
Soro
Legenda: Soro na veia pode ser o procedimento indicado conforme o quadro de desidratação do paciente
Foto: Alex Pimentel

Os atendimentos de pacientes com síndrome diarreica nas Unidades de Atenção Primária à Saúde (UAPS) de Fortaleza mais do que triplicaram entre janeiro e fevereiro deste ano. Foram registrados 936 casos da doença no primeiro mês do ano e 3.127 casos no mês seguinte, conforme a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) - aumento de 234%.

Isso está relacionado com o período chuvoso e contaminação por insetos, daí a doença ser conhecida como ‘virose da mosca’.

“Mas não é algo específico disso, qualquer inseto que possa transmitir (leva a doença). Inclusive, o próprio ser humano, no contato com alimentos contaminados, má higienização das mãos antes e depois de ir ao banheiro”, explica André Bonfim, médico atuante na rede municipal.

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A falta de limpeza adequada dos alimentos, principalmente crus, também pode causar o desconforto estomacal, como acrescenta. “A gente tem uma população bem esclarecida em relação à higiene das mãos, de lavar, usar o álcool em gel. Mesmo assim, a gente tem um aumento no número de casos de diarreia nessa época do ano”, destaca.

Sintomas de síndrome diarreica:

  • Náuseas (enjoos e mal-estar)
  • Vômito
  • Dor intensa na barriga bem intensa
  • Febre
  • Desidratação

A intensidade desses sintomas merece atenção. Por exemplo, a desidratação pode exigir análise médica. “Sede intensa, boca seca, diminuição do volume de xixi, pode dar uma tontura, uma sensação de pressão baixa e de desmaio e a pele fica mais seca”, lista André.

O especialista explica que as crianças, com destaque para as menores de dois anos, e os idosos são mais vulneráveis a isso. Por vezes, aumentar a ingestão de líquido ou o uso de soro pode resolver, mas há casos em que a hidratação deve acontecer na veia do paciente.

Nisso também pode ser necessário o uso de medicamentos para diminuir o desconforto e controlar a temperatura. “Avaliar porque tem outras doenças que podem se confundir, a vesícula pode dar dor abdominal, náusea e febre, então tem que fazer um exame físico para diferenciar”, acrescenta.

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Reflexos na rede de saúde

O último mês também registrou aumento da procura por pacientes pediátricos por saúde, como observa Lucas Borges, coordenador do serviço médico da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Itaperi.

Aqui na unidade, agora em fevereiro, aumentou bastante o número de infecções respiratórias, infecções gastrointestinais, que são as diarreias, as afecções de pele, como as urticárias, muito comum nesse período de chuva
Lucas Borges
Coordenador do serviço médico da UPA do Itaperi

Em relação aos casos de diarreia, o coordenador destaca o aumento da circulação do rotavírus no período da chuva. Assim como André, ele também destaca a importância de atenção aos pacientes desidratados.

“Alerta para sinais de desidratação, crianças que tem diarreias abundantes, vômitos que não passam com medicações. Crianças que começam a ficar mais sonolentas, não conseguem ingerir água e que merecem hidratação intravenosa também devem procurar a UPA”, detalha.

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