O esgotamento sanitário de 12.727 domicílios ocupados em Fortaleza não faz parte da rede adequada e é despejados em rios, lagos, córregos ou no mar. Essa informação está descrita nos novos dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta sexta-feira (23), sobre as características dos domicílios no País.
A situação de despejo inadequado do esgoto retratado no censo mais recente mostra uma proporção semelhante ao último levantamento. No Censo Demográfico de 2010, Fortaleza tinha 10.686 na mesma situação, quando a cidade tinha 710.066 domicílios. Em 2022, a capital cearense tinha 860.139 moradias.
Fortaleza, inclusive, ocupa a 10ª posição nesse ranking entre as cidades brasileiras. Ao analisar a situação no Nordeste, Recife (27.577) aparece em 1º lugar, Jaboatão dos Guararapes (13.617), também em Pernambuco, está na 2ª posição e Salvador (13.112), na Bahia, ficou em 3º lugar.
Ranking nacional:
- 1º - São Paulo (SP): 123.932
- 2º - Manaus (AM): 46.911
- 3º - Rio de Janeiro (RJ): 31.917
- 4º - Recife (PE): 27.577
- 5º - Guarulhos (SP): 25.036
- 6º - São Gonçalo (RJ): 14.329
- 7º - Belo Horizonte (MG): 13.893
- 8º - Jaboatão dos Guararapes (PE): 13.617
- 9º - Salvador (BA): 13.112
- 10º - Fortaleza (CE): 12.727
No Estado, a capital cearense tem o maior número de moradias nessa situação, seguida por Baturité (1.009), no Maciço de Baturité, Sobral (929), na Região Norte e Caucaia (812), na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Por outro lado, 13 municípios cearenses aparecem sem nenhum domicílio ligado a corpos hídricos como rio e mar. Altaneira, Icapuí e Poranga são exemplos dessa lista.
Acesso ao esgoto no CE
O IBGE detalha a situação dos cearenses em relação ao esgotamento sanitário e aponta que 37,2% têm acesso à rede geral ou pluvial de esgotamento sanitário. Mas as fossas rudimentares ou mesmo buracos ainda são realidade para 34,7% dos domicílios no Ceará.
As fossas sépticas ou fossa filtro, também não ligadas às redes, são comuns em 20% das moradias no Estado. Em menor escala, aparecem valas e outras formas de despejo.
Alguns avanços são registrados entre os censos. Em 2010, por exemplo, 32,7% da população era atendida pela rede de esgotamento sanitário, mas 45,4% usavam fossas rudimentares.
Retrato dos domicílios
As informações publicadas pelo IBGE detalham o cenário das moradias nos estados brasileiros em relação ao abastecimento de água, destino do lixo e tipo de esgotamento sanitário, por exemplo. Os resultados podem embasar políticas públicas para aumentar a qualidade de vida da população.
Em relação ao esgotamento, o Censo Demográfico de 2022 teve uma alteração em comparação aos questionários sobre esgotamento sanitário com a inclusão de uma nova categoria de resposta, contemplando os domicílios com fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede geral.
No censo anterior, não existia uma categoria de resposta especificando isso e todas as informações eram referentes à "rede geral de esgoto ou pluvial". Com a mudança, o IBGE pretende ter um cenário mais detalhado de quem tem acesso ou não à rede de esgoto.