20 anos de obras e insatisfação: o que falta para concluir o alargamento da Av. Sargento Hermínio
Atualmente, segunda etapa da intervenção tem gerado transtornos para comerciantes e usuários do trânsito
As obras de alargamento da Avenida Sargento Hermínio, uma das principais vias de acesso aos bairros Álvaro Weyne e Monte Castelo, estão na segunda etapa e têm, atualmente, 40% de execução. A previsão de término da intervenção, que hoje atinge 10 quarteirões, é no primeiro semestre de 2023, segundo a Prefeitura de Fortaleza.
A repaginação da via é antiga: desde 2003, existe um projeto de ampliação que passou por anos de entraves por causa das desapropriações de residências e empresas e, mais recentemente, pelos impactos da pandemia da Covid-19.
Agora, segundo a Secretaria Municipal da Infraestrutura (Seinf), já ocorreu a finalização das demolições de imóveis indenizados e a remoção de postes de energia, o que permite a nova frente de obra entre as ruas Henrique Ellery e Padre Anchieta, no sentido Monte Castelo/Presidente Kennedy.
quarteirões de intervenções serão afetados pelas novas obras.
Conforme a Seinf, devem ser feitas:
- demolição do antigo pavimento e calçadas
- construção da nova galeria de drenagem
- recomposição dos passeios
- execução de meio fio
- início do alargamento da via
Atualmente, quem trafega pela Avenida no trecho mencionado percebe grandes montes de terra e material de construção. O acesso de veículos a ruas locais ficou impedido, e grandes engarrafamentos costumam se formar em horários de pico.
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Segundo a Seinf, a empresa Enel também espera a remoção de cabos de telecomunicação para seguir com o remanejamento dos postes da rede elétrica no sentido Presidente Kennedy/Centro, “o que possibilitará um avanço significativo das obras viárias”, diz a Pasta.
Mesmo com a promessa de melhora, a população que vive no entorno da avenida reclama dos transtornos causados pela obra. Negócios que dependem do público presencialmente já relatam queda na procura pelos serviços.
O funcionário de uma loja de peças automotivas, por exemplo, disse que os clientes não têm mais onde parar por causa do canteiro de obras. Além disso, há engarrafamentos grandes no início da manhã e no final da tarde, explica.
Paulo Feitosa, representante comercial, chegou a fechar a padaria que tocava antes mesmo do início da nova intervenção. “Alimento você tem que produzir hoje e precisa se programar para uma quantidade ‘x’”, justifica.
Ele, que mora na própria Sargento Hermínio, reclama ainda da poeira - “eu mesmo tenho crise alérgica” -, da falta de locais para estacionamento e do “parcelamento” da obra. “Isso vem prejudicando a gente há muito tempo, porque primeiro mexem na energia, depois na água, e agora assim”, diz.
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Impacto no trânsito
As obras estão ocorrendo no sentido leste-oeste da Avenida e impactam a área da calçada. Mesmo assim, o acesso à Avenida pelas ruas Bernardo Porto, José Alexandre e Viana de Carvalho está bloqueado para o tráfego local.
veículos, em média, trafegam diariamente pela Sargento Hermínio, de acordo com a Prefeitura.
A Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC) informou que agentes dão suporte operacional em rotas volantes e recomenda que pedestres e condutores redobrem a atenção ao circularem pela Sargento Hermínio.
O que já foi entregue
Na primeira etapa da obra, foi urbanizado um trecho de 1 km entre a Av. José Jatahy e a Rua Padre Anchieta, e entre a Rua Olavo Bilac e a Av. Dr. Theberge.
A Seinf também disse ter concluído todo o sistema de drenagem da Rua Cel. Mozart Gondim, conectando a rede com a nova galeria que será construída na Av. Sargento Hermínio.
A segunda etapa do projeto, agora em andamento, abrange o trecho de 1,5km entre as Ruas Padre Anchieta e Olavo Bilac. A região receberá nova pavimentação com piso intertravado, canteiro central, calçadas padronizadas e iluminação em LED. Ao todo, o investimento é de R$25 milhões.
Para a Prefeitura, quando a obra for concluída, a Sargento Hermínio se tornará mais uma alternativa ao tráfego nas avenidas Bezerra de Menezes, Francisco Sá e José Jatahy.
Quem foi o Sargento Hermínio Sampaio?
Até 1948, a via era conhecida por Açude João Lopes. Foi só a partir de outubro daquele ano que recebeu a denominação de Avenida Sargento Hermínio, através de uma lei publicada no Diário Oficial do Município.
Hermínio Aurélio Sampaio nasceu em Crateús, em 1908. Serviu ao Exército Nacional de 1930 a 1937, e novamente a partir de 1943, chegando a ser promovido a 2º Sargento, de acordo com o projeto “Dicionário das Ruas de Fortaleza”.
Participou da Segunda Guerra, na Itália, como membro da Força Expedicionária Brasileira (FEB) ganhando a confiança de colegas de combate superiores. Em 1944, liderou seu pelotão após a morte do comandante, mas também foi atingido por rajadas de metralhadora.
Assim, faleceu no combate de Monte Castelo, aos 36 anos, no dia 12 de dezembro daquele ano. Quatro anos depois, foi homenageado dando seu nome à Avenida.