Verão 90 estreia tentando reproduzir passado recente

Trama conta história romântica baseada no Balão Mágico

Escrito por Redação ,

Rio de Janeiro, década de 1990. Cores vibrantes, telefone de disco, pochetes, orelhões amarelos e muito surfe e calor. Esse é o cenário da nova novela da faixa das 19h da Globo, "Verão 90", que estreia nesta terça-feira (29). Sua missão é manter a boa média de 24 pontos de audiência da sua antecessora, "O Tempo Não Para".

Quem viveu a época no Rio vai reconhecer as referências ao BB Lanches, ao Real Astoria, à galeria Alaska e à discoteca Dr. Smith. E é entre os atos que levaram ao impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello na política e à chocante morte de Ayrton Senna (1960-1994) no mundo do automobilismo que o trio João (Rafael Vitti), Manuzita (Isabelle Drummond) e Jerônimo (Jesuíta Barbosa) desenrola a trama principal do enredo.

Interpretado pelos atores mirins João Bravo, Melissa Nóbrega e Diogo Caruso, o trio compõe o Patotinha Mágica, inspirado no grupo musical infantil Balão Mágico, que fez sucesso na década de 1980.

Separados ainda na infância, eles voltam a se encontrar já adultos -com direito a Brasília amarela e fusca azul. Agora, são os astros da Globo Rafael Vitti, Isabelle Drummond e Jesuíta Barbosa quem assume os papéis.

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Triângulo amoroso

Com ciúme da relação do irmão com Manuzita e ressentido pela falta de fama, Jerônimo se torna o vilão da história. E se junta a comparsas para praticar roubos. Já João se torna um universitário que comanda um programa na rádio, e Manuzita é uma aspirante a atriz esforçada, mas com pouco talento.

"O assunto da pós-fama, por si só, é algo muito interessante. Quando pensamos que fim levou aquele cantor mirim, ou a atriz que quando pequena era uma estrela, o astro de Hollywood que era a criança mais idolatrada do mundo e que depois simplesmente desapareceu, então, temos um leque de oportunidades para explorar", conta Paula Amaral, que escreve a novela com Izabel de Oliveira.

A parceira complementa. "Temos como referências os grupos infantis da época como Balão Mágico, Trem da Alegria, e a trajetória de atores como Shirley Temple e Macaulay Culkin. Acho essa década emblemática por conta do salto tecnológico, que refletiu nas relações interpessoais. O que era ultramoderno para o jovem da época soa como pré-história para o jovem que já nasceu na era digital", diz Izabel. "Todo mundo se conhecia e se esbarrava nos mesmos lugares. A chegada do verão era uma grande festa", diz a autora.

Estilo

Para pegar o "tom da época", Isabelle Drummond, que vive a Manuzita, disse que o elenco fez um encontro especial. "Era um tempo em que a galera estava se expressando muito: Não se guardava, não ficava em casa no computador. As pessoas hoje são mais introspectivas".

Anteriormente prevista para julho de 2018, a novela da "época em que o WhatsApp era a praia" acabou sendo adiada para evitar abordar a polícia nacional em um ano de eleições presidenciais no Brasil.

As gravações foram feitas em Ipanema, Leblon e na cidade cenográfica localizada na Gávea. O produtor de arte Luiz Pereira recorreu ao acervo da Globo, além de brechós e colecionadores, para reunir objetos que poderiam compor esse cenário.

"O maior desafio é reproduzir um passado recente que ainda está muito na lembrança das pessoas. Como não estamos reproduzindo um ano específico, e, sim, o período de uma década, isso nos dá um pouco mais de flexibilidade", conta Eliane Heringer, que faz a cenografia com José Claudio.

Há ainda a aposta na volta do estilo usado nos anos 1990, com a repercussão da novela. Marília Carneiro, responsável por criar a icônica sandália vermelha de salto com as meias coloridas de "Dancin' Days", diz: "As gravatas e suspensórios usados por personagens femininas trazem charme especial ao figurino". (Folhapress)