Seis autores cearenses lançam o livro "Rhinocéros" neste sábado (6)

A publicação será lançada no bar Embaixada da Cachaça (Joaquim Távora). Livro celebra o espírito do encontro dos boêmios por meio de textos e imagens

Escrito por
Felipe Gurgel felipe.gurgel@diariodonordeste.com.br
(Atualizado às 09:57, em 05 de Julho de 2019)
Legenda: Ilustração de Domingos Linheiro, feita há três anos

As páginas de um livro trazem a possibilidade de contar tantas histórias, que nem tudo que se publica necessariamente envolve "pretensão literária". "Rhinocéros", obra assinada por seis autores cearenses, celebra o encontro de amigos que experimentam, na mesa de bar, o prazer de compartilhar visões de mundo, risadas e também afetividades.

O livro será lançado neste sábado (6), na Embaixada da Cachaça (Joaquim Távora), às 15h, com a apresentação do grupo de MPB "Zabumbossa". O acesso é gratuito. "Rhinocéros" reúne textos de Altino Farias, Dejoces Baptista, Roberto Jorge Paiva e Romeu Duarte, além dos desenhos de Áureo Freire Castello Branco e Domingos Linheiro.

O grupo se conhece há mais de 30 anos, desde quando dividiam a mesa do bar do "Seu Airton", no Dionísio Torres. Para Dejoces, o lançamento do livro continua sendo "uma brincadeira de botequim. Não tem pretensão literária. É pra homenagear o Seu Airton, ouvir boa música, todo mundo bebendo e se respeitando", observa ele.

Legenda: No sentido horário: Roberto Jorge Paiva, Áureo Freire Castello Branco, Romeu Duarte, Dejoces Baptista, Domingos Linheiro e Altino Farias

Dejoces recapitula que, antes de preparar a publicação "Rhinocéros", os amigos já tinham lançado "de brincadeira" uma série de outros textos. "Quando surgiu a Embaixada da Cachaça, o Altino (dono do bar) nos recebeu muito bem. A turma antiga passou a se reunir lá, todo sábado, e o lugar tem uma placa em referência ao Seu Airton", conta ele.

Seguindo uma filosofia do dono do antigo bar do Dionísio Torres - "que não admitia estrelismo, nenhum cara chato no bar dele", lembra Dejoces, o grupo adotou o símbolo do rinoceronte (de onde vem o nome da obra) como algo que abarca o espírito da reunião. O animal traz uma presença forte, corajosa, e simboliza a não-violência e a harmonia.

Roberto Jorge Paiva detalha que o material do livro ainda é inédito no suporte impresso. Os desenhos de Áureo e Linheiro, além dos textos de parte dos autores, porém, já foram compartilhados nas redes sociais.

Roberto situa como a publicação sintoniza com outro encontro da Embaixada da Cachaça. Desde outubro do ano passado, ele e Altino Farias têm realizado um momento literário todas as terças, às 20h. Escritores de contos, prosas e sonetos passaram a frequentar a reunião e declamar suas criações, com acesso livre.

Leitura

Para Dejoces, além do conteúdo literário em si, o livro "quer mostrar que tipo de pessoa frequenta o botequim. Não é mostrar, necessariamente, a 'poesia' de botequim. Mas o tipo de criatura que anda por lá. Nos bares, você encontra gente interessante, e não 'pessoas de bem'", reflete.

Legenda: Ilustração de Áureo Freire, presente no livro

Ainda segundo Roberto, as imagens de Rhinocéros "dão mais vida" à publicação. "A gente queria intercalar cada página com esses quadros. Tem tudo a ver. Um quadro não vai transcrever um poema, uma prosa. Eles fazem parte, dando outra visão, como se tivesse algo se mexendo dentro do livro", percebe o autor.

Serviço
Rhinocéros

Lançamento do livro neste sábado (6), às 15h, na Embaixada da Cachaça (Rua João Brígido, 1145, Joaquim Távora). Acesso gratuito. Livro: R$30. Contato: (85) 3085.0428.

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