Reduto de artistas, "Bar do Vaval" completa 35 anos em Fortaleza com presenças ilustres
O espaço foi fundado pelos pais do empresário em 1962 para ser uma mercearia
Na esquina das ruas Lauro Maia e Artur Temóteo, no Bairro de Fátima, o som boêmio da Música Popular Brasileira (MPB) se encontra com a diversão cervejeira de um fim de tarde. O amontoado de carros, que rodeia um dos cruzamentos mais animados da região, faz parte da paisagem urbana há, pelo menos, 35 anos - idade na qual o Point Lauro Maia escreve sua história no bairro.
Símbolo da efervescente boemia da capital cearense e conhecido popularmente como "Bar do Vaval", o point comemora justamente os 35 anos, nesta segunda-feira (12). Nesse período, já passaram por lá músicos como Amelinha, Zeca Baleiro e Jorge Vercilo, além de jogadores de futebol, como Sócrates e Zico.
"O Fagner, que é amigo da gente, que anda muito aqui, trouxe muita gente boa e famosa; por isso o bar ficou famoso pelas pessoas famosas que o Raimundo agregou aqui pra gente", conta o proprietário Olival Benício de Sampaio Sobrinho, que dá nome à alcunha do bar: Vaval. Fagner, inclusive, tem uma história próxima com o local, simbólica e literalmente. O cantor morou durante anos na mesma rua do bar, a cerca de 70 metros de distância e sempre foi frequentador assíduo.
De acordo com o próprio cantor cearense, a vida e a carreira está entrecortada com o bar. "Continuo vendo meus amigos, trazendo pra cá, pessoas das mais diferentes funções. É um ponto importante aqui de Fortaleza, culturalmente importante porque tem muita gente interessada, focada na Cidade, nos problemas diários. Aqui é nota mil", ressaltou Fagner.
Vaval relembra também um show informal que Altemar Dutra realizou quando o bar ainda era um mini-mercadinho administrado pelos pais, desde 1962. "O Altemar ía fazer um show em Sobral e tinha um primo que morava aqui perto. Eles vieram tomar umas cervejas e de repente começou a cantar umas músicas pro público".
O espaço foi fundado pelos pais do empresário em 1962 para ser uma mercearia. Em 1982, Vaval assumiu o estabelecimento e transformou o local no Point Lauro Maia.
Conheça bares históricos de Fortaleza:
Pitombeira
As mesas e o churrasquinho na calçada são marcas registradas do lugar localizado no bairro Benfica. Próximo de instituições de ensino, o bar é ponto de encontro dos estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) e da Universidade Federal do Ceará (UFC).
Cantinho Acadêmico
Assim como o Pitombeira, a história do bar marca a vida boêmia do Benfica há gerações. Com 23 anos de existência, o Cantinho, como é chamado pelos frequentadores assíduos, é referência na Av. Treze de maio. Uma brincadeira recorrente entre os clientes é descobrir quais são os cantores que estão estampados, em forma de caricatura, na parte de cima da parede principal.
Bar Avião
Fundado em 1949, o bar chamou atenção na época pela excentricidade do proprietário ao construir a réplica de um avião em cima do prédio. Localizado na Av. João Pessoa, o estabelecimento fechou as portas em meados dos anos 2000. O local foi tombado pela Prefeitura, em 2005, e revitalizado anos mais tarde.
Mincharia
O local nasce como forma de homenagem de amigos para Antônio Aurílio Gurgel, conhecido por Mincharia. Com isso, a Fortaleza do final da década de 1980 vê surgir um bar que iria marcar a história da Praia de Iracema. O espaço funciona até os dias atuais.
Cais Bar
O encontro com os amigos estava garantido, a partir de 1985, no Cais Bar, na Praia de Iracema. O local foi ponto de jornalistas e artistas nos anos seguinte. O funcionamento foi encerrado em 2003.
Bar Besouro Verde
Há 63 anos, o bar Besouro Verde resiste ao crescimento de bares e restaurantes do bairro Parquelândia. Atualmente, Nena e dona Rosa estão à frente do tradicional bar. Tudo começou com os pais dele – seu Hélio Martins e dona Nadir, e prossegue com o mesmo jeito simples.
Bardubel
José Maria Cosme da Silva era proprietário do "Badubel", que dava espaço para músicos da cena local com frequência, no bairro de Fátima. Lá, o proprietário fazia questão de cumprimentar cada visitante e também costumava fazer algumas apresentações, cantando músicas de seu ídolo, o cantor e compositor cearense Belchior. O apelido Bel vinha da grande admiração e semelhança do empresário com o cantor. Após a morte de Bel em 2015, o Babudel acabou encerrando as atividades.