Gilberto Gil toma posse na Academia Brasileira de Letras

O artista ocupará a cadeira 20, sucedendo o acadêmico, advogado, escritor e jornalista Murilo Melo Filho

Escrito por Redação ,
Legenda: Gil foi ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008
Foto: Reprodução/Instagram

O cantor, compositor instrumentista e ex-ministro da Cultura, Gilberto Gil tomou posse como "imortal" na Academia Brasileira de Letras (ABL), aos 79 anos. A celebração ocorreu nesta sexta-feira (8), no Petit Trianon, no Centro do Rio.

Após posse, Gil ocupa a Cadeira 20 da Academia, que ficou vaga após a morte do advogado, escritor e jornalista Murilo Melo Filho, em maio de 2020. Em novembro de 2021, Gil foi eleito para a posição da ABL com 21 votos. 

Legenda: Gilberto Gil e Nelida Piñon se encontraram durante cerimônia na ABL
Foto: Reprodução/Instagram

A cadeira 20 da ABL foi fundada pelo advogado, jornalista e romancista Salvador de Mendonça. Além disso, tem como patrono o médico e escritor Joaquim Manuel de Macedo.

A posição também foi ocupada por Emílio de Meneses, Humberto de Campos, Múcio Leão, Aurélio de Lyra Tavares e Murilo Melo Filho, segundo a ABL.

Gil é o segundo negro a ocupar uma cadeira na ABL, do quadro atual de 36 membros da instituição. A primeira posse ocorreu com o professor de literatura carioca Domício Proença Filho, na ABL desde 2006.

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Trajetória de Gilberto Gil

O soteropolitano Gilberto Gil passou a infância em Ituaçu, no interior da Bahia, onde o pai exercia a medicina, mas começou de fato a carreira artística em Salvador. Lá, ele se apresentava em escolas e clubes, chegou a compor jingles e escrever músicas para outros grupos.

O sucesso que se seguiria ainda não era certo para o jovem, então ele dividia o tempo entre os estudos e a música.

Em 1965, formou-se em administração na UFBA e chegou a participar de um programa de trainee na multinacional Gessy Lever, atualmente conhecida como Unilever.

Legenda: Gilberto Gil ao lado de Geraldo Vandré, Chico Buarque e Elis Regina
Foto: Reprodução/Instagram

Na época, porém, Gil já conhecia parceiros que levaria para o resto da vida, como Caetano Veloso, Vinicius de Morais, Chico Buarque, Gal Costa, Maria Bethânia, Nana Caymmi e Elis Regina.

Ainda nos anos 1960, ele abandonaria a carreira de administrador de empresas e lançaria "Procissão", seu primeiro single oficial.

Movimento tropicalista

A partir daí, sua trajetória artística apenas ascenderia: Gil foi um dos criadores do movimento tropicalista e se tornou uma das vozes mais marcantes da música popular brasileira.

O artista virou símbolo de resistência contra a ditadura militar, exilou-se do Brasil, fez um retorno triunfal e ganhou prêmios como o Grammy e o Grammy Latino.

Legenda: Em 1972, durante a ditadura militar brasileira Gilberto Gil participou de show ao lado de Caetano Veloso, apesar de ter recém-chegado de Londres
Foto: Reprodução/Instagram

Entre álbuns de estúdio, discos gravados ao vivo e compilações, Gil soma mais de 50 CDs lançados, com grandes clássicos da MPB como "Tropicalia ou Panis et Circensis", "Refazenda", "Expresso 2222", "Refavela" e "Realce". 

Cenário cultural brasileiro

Fora dos palcos, Gil também se notabilizou na política. Foi vereador de Salvador entre 1989 e 1992 pelo então PMDB e ministro da Cultura do governo Lula entre 2003 e 2008 pelo PV, partido ao qual é filiado até hoje.

Legenda: Gilberto Gil foi ministro de Cultura do governo do ex-presidente Lula (PT)
Foto: Reprodução/Instagram/Ricardo Stuckert

Em 1999, foi nomeado pela Unesco como Artista pela Paz. No âmbito da ONU, foi embaixador para agricultura e alimentação.

Além de ter sido um dos principais defensores da livre circulação de informação na internet.

 

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