Festival de danças urbanas é atração no fim de semana

O Festival Internacional de Danças Urbanas na Cena chega a sua terceira edição e traz programação com palestras, workshops e batalhas de dança

Escrito por Mylena Gadelha , mylena.gadelha@svm.com.br
Legenda: Henrique Bianchini é um dos palestrantes dessa edição.
Foto: Paulo Abreu

Fortalecer a arte urbana tem sido um dos grandes objetivos do Festival Internacional de Danças Urbanas da Cena (Fiduc). Dessa vez, chegando à terceira edição, o projeto vai além e se define como um espaço de "difusão, formação, intercâmbio, e reflexão" para a dança em todo o Ceará.

Com programação que segue até sábado (26), o evento promove palestras, workshops e batalhas de dança, em meio à presença de nomes que acreditam na democratização da cultura como catapulta para todas as expressões artísticas.

Idealizado por Luís Alexandre Pereira, professor residente da Rede Cuca, e Jorge Luiz Alves, dançarino e coreógrafo, o Festival apresenta atrações estaduais, nacionais e internacionais, entre elas o bailarino francês Stephane Peeps, conhecido pela mistura de movimentos africanos e toques urbanos a danças como House, Jazz e Sapateado.

A tentativa, ainda segundo definição do próprio evento, é ir além do movimento, com intenções que creem na "dimensão capaz de aproximar e transformar realidades sociais, econômicas e culturais".

Conhecimento

Acumulando atualmente as funções de bailarina, professora, coreógrafa e diretora, Manu Gadelha é uma das participantes do ciclo de palestras deste ano.

Na bagagem pessoal, ela mostra uma relação simbiótica com a dança, algo nascido ainda aos cinco anos de idade, que se transformou em uma necessidade latente de criar, desenvolver ideias e seguir no mundo dos passos e do ritmo.

Já no currículo profissional, influências que perpassam o Jazz e a dança contemporânea, com um foco claro no Hip Hop, com o qual foi campeã em diversas competições.

Dois temas serão abordados por ela durante o Fiduc: "Como potencializar seu processo criativo em dança" e "Gestão de carreira em dança".

"A primeira faz parte de uma série de estudos sobre criatividade e cursos que venho fazendo. É sobre formas de manter a mente em movimento e sempre inovar de alguma forma. Ultimamente, venho estudando bastante sobre as diferentes áreas e as relacionando com a dança, afim de expandir o conhecimento e criar novas possibilidades de pensar fora da caixa num mercado tão amarrado quando se trata de dança acadêmica, por exemplo", explica Manu sobre o primeiro dos temas.

Sobre a segunda abordagem, ela aponta um dos principais motivos para trazê-lo à tona: "a carreira artística também precisa ser vista como um negócio a ser administrado".

Com data marcada para ocorrer no sábado (26), das 13h às 16h, a conversa deverá ser uma forma objetiva de expor o mercado da dança. "Muitos romantizam a profissão por amarem a arte, mas precisamos desde cedo saber que é preciso gerir e cuidar caso a vontade seja de fazer da dança uma profissão", opina.

Urbano

Bailarino e professor, Henrique Bianchini também é uma das atrações com identificação direta no Hip Hop. Não muito diferente de Manu, ele chega a Fortaleza diretamente de São Paulo para fomentar debates.

"Vim para cá com uma linha que contempla palestras, uma ligada à parte histórica da dança Hip Hop e outra ligada à parte metodológica do ensino dessas danças. Além disso, também tem um workshop previsto, teórico-prático, uma vivência corporal ligada aos fundamentos dessa dança", enumera.

Ele acredita ser necessário ressaltar a questão do acesso a eventos desse tipo e de como eles são importantes para trazer conhecimento.

"A importância de um festival assim é inestimável por vários motivos. Primeiro porque é extremamente democrático e acessível para todos os interessados, então isso, por si só, já abre oportunidade pra muita gente", argumenta.

Além disso, também aponta reforça que, "ainda que em Fortaleza a vivência da dança seja gigantesca e existam inúmeros pesquisadores competentes, é fato de que às vezes é necessário que alguém de fora do contexto traga informações, opiniões, dados e vivências".

Manu Gadelha, assim como ele, acredita no caráter crucial desses momentos para a formação de jovens e também pontua a felicidade em participar da iniciativa.

"É muito bom poder acompanhar as novas gerações na era da tecnologia com muito mais informações, conteúdo, espaços de trocas. Me renova estar junto dessas pessoas e contribuir de alguma forma", diz.

Ambos concordam com um princípio simples: os movimentos de uma dança dizem mais do que mostram e influem em inúmeras vidas.

Programação

Palestras, Workshops e Laboratórios

"Gestão de carreira em dança" (26/10, das 13h às 16h)

"Laboratório de House; Imersão na técnica" (25/10, das 9h às 11h)

"Laboratório de House; Imersão na técnica" (26/10, das 9h às 11h)

"Estudo de métodos de ensino nas danças urbanas" (26/10, das 14h às 17h, na Vila das Artes)

"Workshop de Hip Hop Dance" (26/10, das 16h às 18h)

Batalhas

"Batalha Show Vogue" (25/10, das 18h às 19h30)

"Batalha Open Style" (25/10), das 19h30 às 21h)

"Batalha Show House" (25/10), das 18h às 19h30)

"Batalha Show HipHop" (25/10), das 19h30 às 21h

Encerramento Festa de HipHop e House Music, com tema dos anos 80, 90 e 2000, e encontro dançante para dançarinos e públicos do evento (26/10, no Anfiteatro do Cuca Mondubim, das 21h às 22h)

Serviço

III Festival Internacional de Danças Urbanas na Cena

De 24 a 26 de outubro, a partir das 9h, no Cuca Mondubim (Rua Marlúcia, S/N, Mondubim) e na Vila das Artes (Rua 24 de Maio, 1221, Centro). Programação gratuita. (3499.0018)