Espaço Gilmar de Carvalho é aberto no Passeio Público com foco em rodas de choro e ações culturais
Inauguração acontece nesta terça-feira (30), dia do aniversário do professor e pesquisador vítima da Covid-19 em 2021
Um recanto para saudar a herança de um dos maiores pesquisadores do Brasil. Fortaleza ganha, nesta terça-feira (30), o Espaço Gilmar de Carvalho, em homenagem ao jornalista e professor falecido no ano passado em decorrência do novo coronavírus.
A inauguração acontece a partir do meio dia, no Passeio Público. É lá onde estão depositadas as cinzas de Gilmar, sob um dos baobás. O espaço em tributo a ele, por sua vez, integra o Café Passeio.
De acordo com Rosana Lins, proprietária do empreendimento, a ideia é criar eventos específicos para ocupar o ambiente com arte, em amplas linguagens. A primeira ação nesse sentido são as rodas de choro, realizadas no primeiro domingo de cada mês. Na ocasião, o Grupo Murmurando fará a base e convidará outras pessoas para estar junto no momento.
"Estima-se entre 12 e 14 músicos tocando chorinho por aqui", adianta Rosana. O pontapé já acontece neste domingo (4), a partir de 12h30. As próximas atividades do Espaço deverão ser pensadas e divulgadas em breve, sempre com a intenção de prestar homenagem à memória de Gilmar.
Rico legado
Gilmar de Carvalho faleceu no dia 17 de abril de 2021, aos 71 anos, deixando um legado de mais de 50 livros. Obras cujo conteúdo está repleto da relação dele com o sertão nordestino, sobretudo Sobral – terra onde nasceu e dominou tradições populares como ninguém.
Além de bacharel em Direito e Comunicação Social, doutor em Comunicação e Semiótica e produtor de obras documentais amplas sobre a cultura popular, também era escritor de romances, peças de teatro e outros gêneros ficcionais.
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A tese de doutorado, publicada como Madeira Matriz (1998), foi Prêmio Sílvio Romero de Monografias sobre Folclore e Cultura Popular. O autor também foi vencedor do Prêmio Érico Vanucci Mendes do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Um dos primeiros e principais objetos de estudo do pesquisador foram a vida e a obra de Patativa do Assaré (1909-2012), nome que intitulou pelo menos seis livros escritos por Gilmar: Patativa do Assaré (2000), Cordel canta Patativa (2002), Patativa do Assaré: um poeta cidadão (2008), Patativa do Assaré: o sertão dentro de mim (2010), Antologia poética de Patativa do Assaré (2010) e Cem Patativa (2010).