De Lauro Maia a Belchior, livro revive grandes canções e artistas cearenses por meio de crônicas

Escrita pelo especialista em Música, Luã Diógenes, obra explora as criações que teimam resistindo

Escrito por Diego Barbosa , diego.barbosa@svm.com.br
Luã Diógenes é jornalista, pesquisador musical e escritor
Legenda: Luã Diógenes é jornalista, pesquisador musical e escritor

Preservar a memória musical por meio de textos em homenagem a grandes composições e artistas do cancioneiro cearense. Essa é a viagem proposta por "Falando da vida: as canções que teimam resistindo", livro de estreia de Luã Diógenes. O trabalho está em pré-venda pela editora Radiadora e deve ser lançado em junho.

No miolo, uma coleção de 40 crônicas sobre o tema com o objetivo de manter vivas importantes lembranças. O objetivo é claro: inspirar as novas gerações para que continuem registrando a história da música alencarina.

Especialista e apaixonado pelo assunto, Luã transporta o leitor para uma época em que a música era a trilha sonora da própria vida. Cada texto, assim, é convite para mergulhar nas raízes de nossa cultura por meio de narrativas envolvendo nomes como Fagner, Belchior, Lauro Maia, entre outros.

Legenda: Cantor e compositor Ednardo assina o prólogo do livro
Foto: Kid Júnior

O próprio cantor e compositor Ednardo foi autor do prólogo, intitulado “Falando de si e de outros, de nós”. Nele, reflete sobre a criação de Luã Diógenes, outrora colunista do Diário do Nordeste, para a realização do projeto.

 “Com sensibilidade e acuidade em pesquisar e captar, e depois articular experiências, artes, vivências, e tudo que possa servir para a compreensão de vida, assim Luã Diógenes exercita sua escrita estendendo um campo de visão generosa. Ao mapear referencialmente sua presença nestes tempos e traduzir falas e fatos em crônicas, também palmilha os  caminhos que abrange nós outros, iluminando proximidade”.

Música e boemia cearense 

Em entrevista ao Verso, Luã conta ser apaixonado pelo cenário musical desde os nove anos de idade; na adolescência, já pesquisava intensamente sobre o tema. "Quando entrei na Universidade, sem esquecer o restante do Brasil, desenvolvi estudos sobre o movimento do Pessoal do Ceará. Foi nesse instante que percebi a importância da música cearense, e que ela é tão pouco mencionada no país".

A grandiosidade desse universo resultou em um desafio: quando pensou em escrever um livro sobre o cancioneiro popular do Estado, Luã não sabia por onde começar e em qual formato fazer. Mas foi lembrando das conversas nas mesas dos bares de Fortaleza, dos devaneios poéticos ao prosear com amigos, e a inspiração para desenvolver crônicas sobre artistas, obras e bastidores nasceu.

No total, foram 60 textos, dos quais 40 ganharão as páginas da publicação. "São artigos nos quais o leitor pode encontrar Lauro Maia, Luiz Assunção, Belchior, Fagner, Teti, Rodger Rogério, Mona Gadelha, Markinhos Moura, Marcos Lessa, Vannick Belchior e outros nomes. Então ele reúne gerações da música cearense, mas nada de linguagem formal: procurei escrever de forma mais leve possível".

Legenda: Luã não sabia por onde começar e em qual formato fazer o livro; mas foi lembrando das conversas nas mesas dos bares de Fortaleza e a inspiração das crônicas nasceu
Foto: Thaiane Silveira

Além disso, a publicação da obra em 2023 tem uma simbologia. São 50 anos do disco “Meu corpo, minha embalagem, todo gasto da viagem”, que deu origem ao Pessoal do Ceará. Também completa cinco décadas que Ednardo entrou no estúdio para gravar “A Lenda do Pavão Mysteriozo", lançado no ano de 1974, mas que ele gravou em 1973.

"Então temos muito o que celebrar. Inclusive, ganhei um presente do Ednardo ao escrever o prefácio do livro, o que só me estimulou mais ainda a lançar o trabalho", comemora o autor que, no início do segundo semestre, fará mestrado em Portugal, mas quer deixar a obra antes para o público na intenção de fortalecer a ideia de que a cultura teima resistindo com nossas composições, letras e sons.

Um movimento que não para. Luã já tem dois projetos para lançar nos próximos dois anos abraçando semelhante assunto. "O protagonismo do 'Falando da Vida' não é meu; estou apenas numa escrita mais artística, aplaudindo e reavivando artistas e canções que o tempo jamais pode apagar. No mais, estarei fora por um tempo, mas continuarei defendendo a música cearense".


Serviço
Livro "Falando da vida: as canções que teimam resistindo”, de Luã Diógenes
Pré-venda neste link

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