Cléber Fernandes e Ery Soares contam a história e os bastidores do "Nas Garras da Patrulha"

São quase 40 anos criando personagens que já fazem parte da memória afetiva do cearense. Quem nunca ouviu as histórias de Tizil, Tabosa, Froxilda, Cornélio, Danduska Tsunami e de mais de 170 figuras que compõe esse coletivo criativo e moleque do "Nas Garras da Patrulha", programa criado em 1987, na Rádio Verdes Mares, e que de tanto sucesso foi parar, nos anos 2000, na TV Diário? 

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Para falar sobre a história, a criação das esquetes de humor, os personagens, a rotina e, sobretudo, o que torna o "Garras" ainda tão vivo e querido entre os cearenses, os humoristas e atores Cléber Fernandes e Ery Soares foram os entrevistados desta quinta-feira (18), do Que Nem Tu. E eles não foram sozinhos! Levaram até as lendas Tizil, o malando sem sorte, e Danduska Tsunami, linda maravilhosa e rica, para o programa.

Cléber e Ery contaram como foi que eles entraram para o humorístico e a emoção de fazer parte da trupe que acompanhou os dois pelo rádio quando eles nem imaginavam que levariam suas vozes para o hall de personagens famosos. Já imaginou como foi a entrevista de emprego de Cléber Fernandes? Ele conta que chegou para a seleção e havia uma fila enorme de candidatos. Em conversa com Paulo Lelis, que era o gestor e apresentador do programa na época, foi pedido que ele mostrasse toda a versatilidade na voz.

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"Eu cheguei aqui e o Paulo Lelis estava no estúdio com George Castro. Paulo Lelis era nosso coordenador, nosso gestor da rádio. Aí ele mandou fazer duas mulheres conversando. Aí eu fiz. Depois faça um cara ignorante. Eu fui fazendo e o Paulo Lelis disse que até agora era o melhor. Saiu fumando o cigarrinho e foi embora. Quando ele saiu, o George pediu para eu fazer a apresentação. Ele disse que queria alguém que fosse humorista, redator, repórter, locutor, apresentador. Quando entrei, os outro humoristas imitavam famosos. Eu cheguei com meus personagens", lembra Cléber, que logo depois ganhou o emprego e nunca mais saiu.

Ery já entrou quando o "Nas Garras" já estava na TV. Ele foi convidado para integrar o elenco após destaque que o humorista teve com seu trabalho em várias casas de show e até em programas de TV, como o Domingão do Faustão. Ele conta que foi emocionante entrar do programa que o acompanhou desde a infância. "Por conta do horário das aulas, eu gravava as 'Garras' numa fita K7. Quando era de noite eu ouvia", pontua ele que sempre admirou os nomes que passaram pelo programa.

Ao longo de quase 40 anos, profissionais como Djacir Oliveira, Paulo Lélis, Tom Cavalcante, Marcos Belmino (o "Ponhonhô"),  Will Ferrari, Wilson Aguiar, Glice Sales, Wellington Muniz (O Ceará), Paulo Oliveira, Luiz Carlos Sales, entre muitos outros, marcaram com suas assinaturas o humor tipicamente cearense do Nas Garras.

Cléber e Ery falaram como foi trabalhar com Paulo Lélis e Djacir Oliveira e como foi ver o humor do programa também mudando para que continuasse vivo e ganhasse ainda mais plataformas. De um humorístico que começou nas ondas AM da rádio pra hoje, que além da TV também está "bombando" nas redes sociais, algumas transformações. Alguns personagens foram perdendo espaço, outros ganhando mais. Até os bonecos tiveram que ter ainda mais versatilidade para acompanhar esse terreno fértil da comédio. Eles passaram a ser "atores" e a interpretar vários personagens para garantir um rosto a tanto personagem.

Ery reforçou que de tanto tempo trabalhando junto, hoje as histórias surgem muito do improviso. Eles começam a gravar com uma situação pensada, mas as falas e muita das piadas não estão escritas e vão surgindo com a interação entre Cléber e ele. Os dois falaram também como as pessoas que são imitadas pela dupla reagem à homenagem, como Tom Barros, João Inácio, Clodoaldo e até mesmo o pai de Cléber.

Muita conversa, muita piada, muita risada! A dupla também contou sobre o novo momento do "Garras", que agora está na TV Verdes Mares.