79% dos projetos de incentivo à leitura no Brasil estão nas redes sociais, aponta mapeamento
Pesquisa está sendo realizada em parceria do Itaú Cultural e a PUC-Rio, com consultoria da JC Castilho; Fortaleza possui 54% de leitores ativos
A maioria dos projetos promotores da leitura no Brasil está concentrada na internet. É o que aponta os dados da pesquisa O Brasil que Lê, realizada em parceria do Itaú Cultural e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), com consultoria da JC Castilho.
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Entre as 240 inscrições de projetos recebidas de novembro passado até agora, o levantamento aponta que 79% das iniciativas são desenvolvidas pelo Instagram. Ainda de acordo com os registros aplicados até o momento, 52% dos projetos são custeados com recursos próprios – do responsável pela ação ou da comunidade onde está inserida –, a exemplo das muitas bibliotecas comunitárias espalhadas pelo País.
A plataforma onde é possível inscrever os projetos está disponível neste link. O espaço está aberto para todos os brasileiros que desenvolvem iniciativas de fomento à leitura nos mais diversos formatos, virtuais ou não, estando eles em andamento ou já concluídos.
O objetivo é mapear e refletir sobre aspectos sociais, educacionais, econômicos e tecnológicos dessas ações da sociedade brasileira em favor da leitura e do conhecimento.
Panorama em Fortaleza
No que diz respeito a Fortaleza, a última edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil demonstrou que, dos 2,643 milhões de habitantes da capital cearense, 1,3 milhão é identificado como leitor, número que representa 54% da população.
O dado leva em consideração aqueles que leram, inteiro ou em partes, pelo menos um livro dentro de três meses. Em termos nacionais, o levantamento, realizado pelo Instituto Pró-Livro em parceria com o Itaú Cultural, constatou uma diminuição de cerca de 4,6 milhões de leitores no Brasil, entre 2015 e 2019.
Em Fortaleza, a pesquisa aponta um maior número de leitores de 18 a 39 anos (45%), pertencentes à Classe C (52%) e cuja principal motivação para a leitura é o gosto (20%), seguido de crescimento pessoal (17%) e aprender algo novo ou desenvolver alguma habilidade (17%).
Entre as capitais do Nordeste, o número de leitores da capital cearense (54%) fica atrás de João Pessoa (64%), São Luiz (59%), Teresina (59%), Aracaju (58%) e Salvador (57%), superando Recife (52%), Natal (48%) e Maceió (37%). A coleta de informações foi realizada entre 28 de outubro de 2019 e 13 de janeiro de 2020, não havendo, portanto, interferência da pandemia do novo coronavírus nos resultados da pesquisa.
Formação
Quem participar do mapeamento O Brasil que Lê terá acesso a três ações da pesquisa: dois cursos on-line, sendo um de gestão de projetos de leitura; e outro sobre mediação de leitura, abrangendo as possibilidades de diálogo com as diferentes de pesquisas sobre leitura no Brasil.
A proposta da iniciativa é impactar positiva e efetivamente aqueles que estão na linha de frente dos projetos, a exemplo de bibliotecas comunitárias, redes de leitores na internet ou presenciais, projetos desenvolvidos em presídios, hospitais, em meio rural, entre outros. Mesmo ainda parciais, os resultados do levantamento já estão sendo utilizados como fonte para a realização dos dois cursos a serem oferecidos aos participantes.
Uma vez inscritos e analisados, os projetos receberão um certificado com o Selo de Participação no mapeamento. Além disso, pesquisadores visitarão projetos cujas ações evidenciam um diferencial em gestão, resultados, práticas, mediação e uso da tecnologia.
Após a divulgação dos resultados, todos eles passarão a fazer parte da plataforma Cartografias da Leitura, possibilitando conexões e trocas de experiências, reiterando a relevância da pesquisa: dar visibilidade a todos os que promovem a leitura, ampliando o acesso à informação qualificada e, sobretudo, abrindo horizontes para a multiplicação e sustentabilidade de ações que estão contribuindo para a construção de um país leitor.
Serviço
Plataforma O Brasil que Lê
Disponível neste link