Artista negro é morto a tiros por segurança após tentar entrar com cachorro em supermercado

Caso aconteceu em Santo André, na Grande São Paulo, na manhã da última terça-feira (26)

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 23:15)
Imagem de Felipe Moraes, artista negro morto a tiros por segurança após tentar entrar com cachorro em supermercado
Legenda: Ele havia saído de casa para comprar pão e teria levado seu animal de estimação
Foto: Reprodução/Instagram

Um artista negro de 29 anos, identificado como Felipe Moraes, foi morto com um tiro na barriga por segurança de supermercado após tentar entrar no estabelecimento com seu cachorro. O caso ocorreu na manhã da última terça-feira (26), em Santo André, na Região Metropolitana de São Paulo, segundo o Metrópoles.

Os dois estavam discutindo, quando Felipe foi atingido. Ele chegou a entrar em uma farmácia, buscando socorro, porém morreu antes de receber atendimento médico

Ele havia saído de casa para comprar pão e teria levado seu animal de estimação. A Polícia Militar foi acionada, mas os agentes encontraram a vítima já inconsciente. 

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De acordo com informações apuradas pelo Globo, Felipe não teria oferecido risco à segurança do supermercado antes de receber o tiro. Um dos clientes tentou mediar o debate entre a vítima e o segurança, mas não conseguiu acalmar os ânimos. 

A Polícia Civil informou, em nota, que o autor do crime foi identificado e está cumprindo prisão temporária

Pedido de justiça para Felipe

Nas redes sociais, diversos amigos, artistas e políticos repercutiram a morte de Felipe. Um perfil no Instagram foi criado para pedir Justiça por Felipe. 

A vítima se descrevia como "multiartista independente e periférico". Em declaração pública, a mulher de Felipe, Evelyn Silva, pediu para o crime não ficar impune

“Perdi meu marido, meu melhor amigo, e não posso aguentar que isso fique impune. Felipe foi comprar pão e disse que voltava logo para tomarmos café antes de eu sair para trabalhar". 
Evelyn Silva
Mulher de Felipe

"Hoje Felipe acordou, pegou nosso cachorro e foi comprar pão sem se despedir de mim. Não pude abraçar e beijar ele antes de sair de casa, não pude ver o corpo do meu companheiro e não aguento saber que estão ferindo a imagem dele. Por favor, não deixem que mais um crime de racismo seja deturpado e que transforme a vítima em culpado. Eu sempre vou te amar”, acrescentou.

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