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Roberto Cláudio diz que União Brasil enfrentou pressão antes de filiação e diálogo garantiu apoio

A agremiação foi cortejada por nomes como Camilo Santana (PT) e Elmano de Freitas (PT) no Ceará.

Escrito por
Ingrid Campos, Flávia Rabelo, Beatriz Matos producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 17:28)
Roberto Cláudio, político brasileiro, em um evento do partido União Brasil. Ele está em primeiro plano, usando um terno escuro sobre uma camisa social branca, segurando um microfone com a mão direita e gesticulando com a esquerda. Ao fundo, há um painel azul e branco com a logomarca do partido
Legenda: Roberto agradeceu a Capitão Wagner e a Antônio Rueda a articulação pela sua filiação.
Foto: Tauan Alencar/União Brasil.

Novo reforço do União Brasil, o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio disse que o partido enfrentou muita pressão antes de sua chegada, mas a resistência foi quebrada com a articulação do ex-deputado Capitão Wagner, presidente estadual. A declaração ocorreu nesta quarta-feira (5), data de sua filiação, em Brasília.

A agremiação foi cortejada por nomes como Camilo Santana (PT) e Elmano de Freitas (PT) no Ceará. Nos seus quadros, a defesa de algumas figuras à reeleição do atual governador tem exposto a divisão pela qual o União Brasil vive hoje, às vésperas do ano eleitoral.

"Desde o primeiro momento, no Ceará, você não gaguejou. Sofreu pressão de toda a natureza e com muita firmeza e clareza, me deu a oportunidade de vir aqui, conversar com o ACM Neto, com o presidente Rueda, e me filiar ao União Brasil", disse Roberto, dirigindo-se a Wagner.

Hoje, se eu citar os nomes dos dez maiores líderes políticos do Estado do Ceará, em respeitabilidade e em voto, que é o que interessa, oito estão na oposição. Consolidando essa frente, a gente terá mais tempo de televisão do que a coalizão do governo do Estado. Hoje, temos um governador sentido como frágil, omisso e covarde pelo povo, no combate ao nosso maior problema, que é a segurança.
Roberto Cláudio (União)
Ex-prefeito de Fortaleza

A filiação do primeiro e a declaração do segundo sobre o destino de partidários aliados ao PT no Estado reforçam a ala de oposição da legenda, que deve ser inflada pelo embarque de mais deputados estaduais nos próximos meses. 

O aceno do presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, a Roberto e ao ex-ministro Ciro Gomes (PSDB), também ocorre em consonância com esse planejamento. Nesta quarta, o dirigente disse que a dupla é o "começo da mudança" e que irá derrotar "uma mazela governamental" no Ceará.

União Brasil é disputado por base e oposição

Em maio, o ministro Camilo Santana mencionou o diálogo com o União Brasil, visando as eleições do próximo ano. “Vamos dialogar com todos que querem e acreditam no projeto que tem dado resultados importantes para o Ceará. Tenho disposição para dialogar, inclusive com partidos que hoje não estão na base, como o União Brasil, por exemplo”, afirmou.

Segundo ele, o partido estava sendo "muito simpático” ao diálogo. Na ocasião, Camilo ainda salientou que havia um canal com os deputados federais Fernanda Pessoa e Moses Rodrigues, além do próprio Rueda. 

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Depois, foi a vez do governador Elmano de Freitas confirmar as tratativas. “Sabemos que o União Brasil tem uma divisão, tem parlamentares e lideranças que são da oposição, parlamentares que são da base do governo do presidente Lula, que são da base do nosso governo. E vamos, evidentemente, dialogar permanentemente com todos os partidos que queiram colaborar com o que tem sido feito no estado do Ceará”, pontuou.

Dados os últimos acontecimentos, a aliança União Brasil-PT enfrentará desafios no caso de uma eventual concretização. A nível nacional, as legendas estão em lados opostos. A nível local, também há uma forte ala de oposição, como já mencionado.

Além disso, Capitão Wagner reforçou, nesta semana, que o União Brasil é oposição no Ceará e que o partidário que quiser apoiar Elmano deve deixar a sigla. 

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