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'Ninguém fora do PDT vai conseguir nos dividir', diz Roberto Cláudio em meio à crise com aliados

Publicamente, PT, PP e MDB já demonstraram resistência ao nome de Roberto. Em paralelo, parte das lideranças pedetistas apoiam o nome do ex-gestor

Escrito por Alessandra Castro , alessandra.castro@svm.com.br
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Legenda: A alfinetada vem após um grupo de aliados demonstrar mais resistência ao nome de Roberto Cláudio
Foto: Thiago Gadelha

Em meio à crise com aliados sobre a definição do cabeça de chapa do grupo governista para a sucessão Estadual, o ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) alfinetou aqueles que querem "construir a narrativa de competição interna" na legenda. A declaração foi dada durante discurso no encontro de gestores do PDT em Fortaleza, nesta quarta-feira (15).

Ninguém fora do PDT vai conseguir nos dividir. Podem provocar, podem querer intervir falando bobagens, estimulando respostas. A nossa unidade e nossa responsabilidade com o Ceará será nossa maior resposta
Roberto Cláudio
Ex-prefeito de Fortaleza

Mais cedo, em coletiva de imprensa no mesmo evento, ele tentou minimizar as discussões em torno de sua pré-candidatura e da governadora Izolda Cela (PDT), também cotada pelo grupo. A declaração de Roberto vem após aliados governistas subirem o tom sobre quem deve ser escolhido pelo PDT para a disputa pelo Executivo do Ceará. Com quatro pré-candidaturas postas à mesa, as que reúnem mais apoios são a de Roberto e de Izolda. 

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Enquanto uma ala pedetista defende o nome do ex-gestor da Capital, alegando 'popularidade' e 'experiência', o da governadora é o melhor aceito por partidos aliados, que a apontam como a única capaz de dar sequência à coalizão partidária formada pelo ex-governador Camilo Santana (PT) - principal defensor de sua candidatura. 

Publicamente, PT, PP e MDB já demonstraram resistência ao nome de Roberto, ameaçando deixar o acordo político-eleitoral se a indefinição se prolongar. Em meio a isso, lideranças do PDT tem feito declarações favoráveis ao gestor e descartando agir conforme "interferências" externas.

Nestas eleições, o PDT deve lançar o cabeça de chapa do grupo governista, já que Camilo vai ser o nome apoiado para a vaga no Senado.

Fogo cruzado

Nesta semana, o PT endossou a ameaça para deixar a união com os irmãos Cid e Ciro Gomes, que já dura 16 anos à frente do Governo Estadual. Os petistas já demonstraram publicamente a preferência pela continuidade da gestão de Izolda Cela, com acenos até da deputada federal Luizianne Lins (PT), que tenta capitanear a tese de candidatura própria do Partido dos Trabalhadores.

Todavia, agora a possibilidade é maturada também pelo deputado federal José Guimarães (PT), com o seu nome à disposição. Ele detém a maior parte dos petistas do Interior no seu grupo, além de ser vice-presidente nacional da agremiação. Extraoficialmente, instâncias municipais da sigla já se movimentam para apoiar o nome de Guimarães.

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Terceira maior força estadual em número de deputados e quarta em número de prefeitos, o MDB também já demonstrou insatisfação com a demora do PDT com a definição da pré-candidatura oficial ao Governo do Estado. Presidente da legenda, o ex-senador Eunício Oliveira (MDB) já disse não simpatizar com o nome de Roberto Cláudio. "Não é veto, nem amargo, é não acreditar. Como dizia meu pai, é não apanhar duas vezes no mesmo beco”, disse em entrevista ao Diário do Nordeste em maio.

Ex-secretário de Cidades do Governo Camilo, o deputado Estadual Zezinho Albuquerque (PP) também já disse que poderia desistir de lançar candidatura própria, caso a governadora encabece a chapa governista. 

"Se (a candidata do PDT) for a governadora Izolda, puxei meu trem de pouso", afirmou em entrevista ao Diário do Nordeste no fim do mês passado.

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