Carlos Lupi pede demissão e deixa Ministério da Previdência após escândalo de fraude no INSS
A decisão foi comunicada nas redes sociais do gestor

O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), pediu demissão do Governo nesta sexta-feira (2), dias após uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU) revelar um esquema de fraudes e desvios de dinheiro de aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
"Entrego, na tarde desta sexta-feira, a função de ministro da Previdência Social ao presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade", escreveu o gestor no Instagram.
Ele afirmou que tomou a decisão sem que seu nome tivesse sido citado nas investigações.
Faço questão de destacar que todas as apurações foram apoiadas, desde o início, por todas as áreas da Previdência, por mim e pelos órgãos de controle do governo Lula. Espero que as investigações sigam seu curso natural, identifiquem os responsáveis e punam, com rigor, aqueles que usaram suas funções para prejudicar o povo trabalhador".
Licenciado do Partido Democrático Trabalhista (PDT), do qual era presidente, Lupi estava no governo Lula desde o início. Ele deixou o cargo poucos dias após o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, ser demitido do ministério.
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Em pronunciamento pelo Dia do Trabalhador, nessa quinta-feira (1º), o presidente Lula afirmou determinou que a população afetada pelas fraudes seja ressarcida. "Determinei à Advocacia-Geral da União que as associações que praticaram cobranças ilegais sejam processadas e obrigadas a ressarcir as pessoas que foram lesadas", disse.
Reportagem veiculada pelo Jornal Nacional na semana passada revelou que Lupi, agora ex-ministro, foi alertado sobre o aumento de descontos não autorizados em aposentadorias, mas levou quase um ano para tomar providências.
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Entenda a fraude
Uma operação da PF e da CGU constatou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização e com assinaturas fraudulentas para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema teria sido iniciado em 2019, na gestão de Jair Bolsonaro (PL), e teria prosseguido no atual governo. O prejuízo aos aposentados é estimado em R$ 6,3 bilhões.