Lula lembra faixa de apoio na eleição de 2012 em Fortaleza: 'Lula, ladrão, roubou meu coração'
O presidente cumpre agenda no Ceará nesta quarta-feira (3).
Durante a visita ao Ceará, nesta quarta-feira (3), o presidente Lula (PT) relembrou um episódio que viveu durante a campanha de Elmano de Freitas (PT) à Prefeitura de Fortaleza em 2012. Segundo ele, uma homenagem feita por mulheres cearenses foi um gesto que marcou sua vida em meio às crises que enfrentava após deixar a presidência e o fortaleceu diante da Lava Jato.
“Quando eu vim ao comício desse moço aqui (Elmano de Freitas), ainda para prefeito, quando ele perdeu as eleições, eu estava sendo achincalhado, eu era o maior ladrão do mundo, segundo a língua dos meus adversários. A maior alegria que eu recebi foi ver as mulheres do Ceará levantando um cartão 'Lula, ladrão, roubou meu coração'. Vocês não têm noção do significado daquele gesto de vocês na minha vida”, disse Lula.
À época, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia julgado os 38 réus do escândalo do “mensalão”, um esquema de corrupção por meio da compra de votos que abalou o Governo Lula.
Em meio à crise nacional, Lula desembarcou no Ceará e participou de um comício do PT em 23 de outubro de 2012. O político comandou uma carreata ao lado de Elmano e da então prefeita Luizianne Lins (PT), principal fiadora, à época, do nome do sucessor. Naquele pleito, Elmano acabou derrotado por Roberto Cláudio, que tinha apoio do então governador Cid Gomes (PSB).
Crises e prisão
Na viagem desta quarta-feira ao Ceará, Lula cumpriu agendas voltadas à educação e ao desenvolvimento industrial no Estado. Por volta das 10 horas, o petista esteve no Centro de Eventos do Ceará, onde entregou carteiras profissionais emitidas pelo Ministério da Educação para professores cearenses.
No local, ele ainda relembrou a crise enfrentada por ele e pelo PT que desaguou em sua prisão em 2018.
“Eu não desisti, aprendi a andar de cabeça erguida como prova de resiliência e resistência. Me prenderam em 2018 para que eu não pensasse mais em ser presidente, falaram as maiores calúnias a meu respeito”, disse.
Eu poderia ter saído do Brasil, poderia ter ido para embaixada, mas eu sou tinhoso.
"Eu aprendi com a Dona Lindu (sua mãe): 'Teima, teima, não desista, vai em frente’. Eu fui à Polícia Federal, fiquei 580 dias lá, vieram me oferecer um acordo para sair com tornozeleira, eu falei que não era pombo-correio, que eu não queria tornozeleira e que eu não trocava minha dignidade pela minha liberdade, eu ia sair inocente. Cá estou eu, presidente da República pela terceira vez”, concluiu.