Pela primeira vez em 16 anos de aliança o PT cearense debate com mais força a possibilidade de romper o acordo político-eleitoral com os irmãos Cid e Ciro Gomes. As definições passam pela escolha de um nome que vai disputar o Governo do Estado.
Enquanto uma ala do PDT defende o nome do ex-prefeito Roberto Cláudio, o PT já declarou publicamente a preferência pela governadora Izolda Cela.
Caso não haja acordo, o PT estuda outro caminho, que seria a candidatura própria. Antes capitaneado pela deputada federal Luizianne Lins, agora o gesto é alimentado em tom de "ameaça" pelo deputado federal José Guimarães.
Extraoficialmente instâncias municipais do partido já têm se manifestado em apoio ao nome de Guimarães à sucessão estadual. Nos próximos dias as ações devem se intensificar.
Comandando a maior parte dos petistas, principalmente no Interior do Estado, Guimarães é o principal interlocutor da legenda com Cid. O dirigente foi o responsável pela aprovação da tese de continuidade da aliança no fim de janeiro. O cenário, no entanto, mudou.
Até janeiro deste ano, os deputados federais José Airton e Luizianne Lins encabeçavam a movimentação pelo fim da aliança. O que muda, agora, é a insatisfação pública de Guimarães, que é vice-presidente nacional do PT e coordenador da montagem dos palanques estaduais.
Influente no campo nacional, o petista ameaça desembarcar da aliança se a governadora não for escolhida pelo grupo.
A principal preocupação do partido é que Roberto Cláudio sendo escolhido não terá condições de dialogar com os dois lados da aliança, que terão Ciro e Lula como presidenciáveis no mesmo palanque.
A coluna apurou que alas do partido devem, nos próximos dias, iniciar uma movimentação em torno do rompimento. Essa articulação deve iniciar pelo Cariri.
Do outro lado, o ex-governador Camilo Santana tem trabalhado para evitar o distanciamento.
Prazos
A expectativa é que até o fim deste mês o PDT defina a candidatura. No dia 2 de julho, um encontro da Executiva do PT deverá aprovar um direcionamento para as eleições de outubro a partir do que for decidido pelo ainda aliado PDT.
O encontro estadual no dia 2 de julho é para definir a tática eleitoral e a política de aliança no Estado. São 160 delegados que vão participar dessa decisão. O que for aprovado será submetido à federação estadual e nacional.
"Por mim o PT já tinha botado o time em campo", disse o deputado federal José Airton. "Pela primeira vez eu sinto concretude de ver uma nova composição", acredita.
Com informações do repórter Felipe Azevedo