'Não imaginava que seria tão hostilizado', diz deputado vaiado em evento com Bolsonaro no Cariri
Pedro Bezerra afirma que esperava críticas de aliados do presidente, mas se surpreendeu
As vaias que se sucederam ao anúncio de seu nome pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) surpreenderam o deputado federal Pedro Bezerra (PTB) nesta sexta-feira (13). Em seu berço político, na cidade de Juazeiro do Norte, governada por seu pai, Arnon Bezerra (PTB), até dezembro do ano passado, o parlamentar foi criticado por apoiadores do presidente.
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Durante o evento, Bolsonaro citou nominalmente as lideranças presentes. Ao falar do deputado, houve reações negativas por parte do público. Pedro estava no palanque presidencial, participando do evento. Quem também estava no palco era o atual prefeito da cidade, Glêdson Bezerra (Podemos), que frustrou a tentativa de reeleição de Arnon.
Aliados com a oposição
Tanto Pedro quanto Arnon são aliados do governador Camilo Santana (PT) e dos irmãos Cid e Ciro Gomes (PDT), opositores de Bolsonaro. Pai e filho, no entanto, integram os quadros do PTB, partido liderado por Roberto Jefferson, aliado de primeira ordem do presidente e preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira, suspeito de participação em milícia digital.
"O que aconteceu ali foi que o presidente criticou o governador Camilo (durante a cerimônia). Como eu era o único deputado federal aliado ao governador presente na comitiva, as provocações caíram sobre mim", disse Pedro Bezerra ao Diário do Nordeste.
Segundo o parlamentar, críticas eram esperadas, mas superaram as expectativas.
"Eu já imaginava, mas é uma obra que leva o nome do meu avô e foi iniciada e concluida na adminstração do meu pai, eu não poderia deixar de ir. Sabia que teria uma tensão, mas não imaginava que seria tão hostilizado"
O evento onde o episódio ocorreu foi no Residencial Leandro Bezerra de Menezes, nomeado em homenagem ao avô do deputado. Ao todo, o Governo Federal entregou 2,8 mil unidades habitacionais populares para famílias da região.
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Diante das vaias, coube ao presidente tentar contornar a situação ainda no palco. Quando a reação do público cessou, Bolsonaro comentou o episódio.
"As manifestações vindo do povo são sempre bem-vindas. Dificilmente teremos um político que já não passou por situações antagônicas. Isso serve para redirecionar muitas vezes o nosso trabalho. Raramente vamos encontrar um político que não tenha sido aplaudido ou vaiado, mas faz parte da regra do jogo"