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Bolsonaro dispara contra Camilo Santana em visita ao Ceará: 'ato criminoso'

Declarações do presidente foram críticas às ações de isolamento social adotadas por governadores; Camilo Santana rebateu

Escrito por Felipe Mesquita , felipe.mesquita@svm.com.br
Presidente criticou governadores que adotaram medidas de isolamento social durante discurso em Juazeiro do Norte
Legenda: Presidente criticou governadores que adotaram medidas de isolamento social durante discurso em Juazeiro do Norte
Foto: Thiago Gadelha

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as ações sanitárias de enfrentamento à Covid-19 na manhã desta sexta-feira (13), em Juazeiro do Norte, durante a entrega de 2.794 casas populares. O chefe do Palácio do Planalto julgou a conduta de governadores, como Camilo Santana, considerando as regras de isolamento social como um "ato criminoso".

"Essa medida, por alguns governadores, entre eles o desse estado, foram além de impensadas, foram muito mal recebidas pela população. Mandar ficar em casa sem prover ganho para sua subsistência, isso é mais que uma maldade, é um ato criminoso", alfinetou Bolsonaro.

Na avaliação de Bolsonaro, "muitos governadores, como o desse estado", restringiram as atividades comerciais e impuseram o toque de recolher sem dar assistência aos que ficaram temporariamente de portas fechadas ou sem renda. 

"Estes mais humildes, que não tinham renda fixa e não eram servidores públicos, foram jogados na vala da quase miséria, não tinham como sobreviver, muitos trabalhavam de manhã para poder se alimentar à noite".

Camilo rebate

Em resposta ao comentário de Bolsonaro, o governador Camilo Santana lembrou o número de vidas perdidas durante a pandemia de Covid-19 e afirmou que "ataques" não irão desmotivá-lo. 

"Criminoso, sr. presidente, é ignorar a perda de mais de meio milhão de vidas na pandemia e ainda debochar da dor das famílias. Tivéssemos um Gov. Federal mais preocupado com a vida, milhares teria sido salvas. Seus ataques jamais irão tirar de mim a força para continuar lutando", rebateu Camilo. 

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Reveja como foi o discurso 

Recebido por apoiadores  

Bolsonaro desembarcou no Aeroporto de Juazeiro do Norte às 9h50 acompanhado de políticos cearenses. Antes de chegar ao Residencial Leandro Bezerra de Menezes, onde as unidades habitacionais foram entregues, o presidente percorreu ruas do município em um carro aberto. 

Ao longo do trajeto, apoiadores o acompanharam em motocicletas e acenaram para a comitiva presidencial com gritos de "Mito" e "Eu vim de graça". Assim como o presidente, parte do público aglomerado não usava máscara.

Entrega de chaves 

Bolsonaro recebe estátua de Padre Cícero de presente
Legenda: Presidente recebe estátua de Padre Cícero de presente
Foto: Thiago Gadelha

Já na solenidade, cinco moradores receberam as chaves da casa nova em um ato simbólico. Também participaram da cerimônia o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, e o prefeito Glêdson Bezerra, que entregou uma estátua de Padre Cícero a Bolsonaro. 

"Aqui na entrega das chaves a emoção é muito grande, como para a senhora Expedita, de 78 anos, que chorava compulsivamente", frisou o presidente. 

As 2.794 moradias entregues a família de baixa renda contam com pavimentação, redes de água e esgoto, além de acesso a transporte público. São dois blocos em Juazeiro e um no município de Crato, que beneficiarão 10 mil famílias. Segundo o governo federal, foram investidos cerca de R$ 215 milhões. 

Bolsonaro diz defender mesmas bandeiras do Padre Cícero 

Durante o discurso, Bolsonaro ensaiou uma comparação ao Padre Cícero. O santo popular foi o primeiro prefeito do município e foi reabilitado pela igreja em 2015, após ter sido excomungado. O presidente disse que, assim como o religioso, "combate o comunismo" no País.

Minutos depois do discurso na cerimônia de entrega de casas do Programa Casa Verde Amarela, o presidente da República se dirigiu até o Horto, o principal ponto turístico da cidade. 

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