Apesar de crise com Cid, presidente do PT-CE diz que indicação de Fernando Santana está 'pacificada'
O PT estadual vai se reunir nessa sexta-feira (22), ocasião em que o desgaste entre Cid e o governador Elmano de Freitas (PT) deve ser abordado
Em meio a incertezas sobre a relação entre o senador Cid Gomes (PSB) e o governador Elmano de Freitas (PT), a decisão que desencadeou declarações sobre um possível rompimento deve se manter e, assim, Fernando Santana (PT) deve seguir como candidato governista à presidência da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece). É o que indica o presidente do PT Ceará, Antônio Filho, conhecido como Conin. Apesar disso, interlocutores do partido buscam uma conciliação.
“(Sobre a presidência da Assembleia) Já está resolvido. Teve esse tensionamento, mas as informações que tenho é que (a indicação) está pacificada, o Fernando Santana está conseguindo ‘coesionar’ a base”, afirmou o dirigente.
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Para Conin, “houve um exagero na interpretação dos interlocutores” de Cid sobre a sua saída da base, mas o grupo está “trabalhando para contornar isso”.
Está marcada para sexta-feira (22) uma reunião do diretório estadual do PT, ocasião em que o assunto deve ser abordado, além do planejamento de prefeitos do partido para 2025. “Vamos ter que dar um informe dessa situação, não há necessidade de deliberar, mas está encaminhado (o diálogo), já”, informou.
“A gente destaca que o Cid é muito importante para o governo, para o nosso projeto, tenho respeito muito grande e uma boa convivência. Corrigir o que tiver que corrigir, dialogar mais. [...] Quando acontece algo assim, temos que dar a devida atenção e tratar para conseguir superar esse episodio, manter essa parceria e ter o Cid conosco”, completou Conin.
Relações estremecidas
Os descontentamentos do senador com o grupo governista ganharam maior dimensão no último fim de semana, quando interlocutores de Cid confirmaram um rompimento com o governador Elmano. Entre eles, Lia Gomes (PDT), irmã de Cid e deputada estadual.
Ambos tiveram uma conversa no sábado (16) que desagradou o senador. "Disse (ao governador) que não se sente mais fazendo parte do grupo porque acha que existe uma concentração de decisão nas mãos das pessoas do PT", informou a deputada.
A indicação de Fernando Santana à sucessão de Evandro Leitão (PT) no comando da Assembleia Legislativa teria sido o estopim da dissidência. Nos dias seguintes, parte da base escolheu silenciar a respeito do desentendimento, enquanto outra adotou tom pacificador.
Já na terça-feira (19), o PSB realizou uma reunião, de onde Cid saiu lançando mais dúvidas que certezas sobre a relação. Segundo ele, nada foi decidido quanto a sua permanência na base.
Decisão é decisão e quando se decide, se comunica. Não há ainda essa comunicação. Acho que qualquer ação na vida deve ser feita de forma sempre ouvindo o coração, colocando a cabeça como o grande regrador da sua fala e das suas decisões. Se está em curso isso, vamos ter paciência, mas tem ritos que têm que ser cumpridos. Não é razoável que a gente comunique uma coisa sem que algumas prévias possam ter acontecido. Como as prévias não aconteceram todas, não pode haver comunicação
Cid afirmou, ainda, que tem "conversado com muita gente, isso faz parte do rito", e que vai se manifestar sobre o tema "no momento certo".
"Não coloquem, na minha boca, palavras dos outros. Converso com as pessoas e as pessoas não estão submetidas a um sigilo ou interpretação do que eu possa ter falado. Esse momento é de entendimento e conversas internas, ato contínuo, isso não deve demorar, pode ter certeza que eu é que sou o maior interessado em dizer como me comportarei no futuro", acrescentou.