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Malafaia faz críticas a Moraes após depoimento à PF: 'Vai ter que me prender para me calar'

Ministro do STF impôs série de medidas cautelares contra o pastor

Escrito por
Lucas Monteiro lucas.morais@svm.com.br
(Atualizado às 09:51, em 21 de Agosto de 2025)
Malafaia e Bolsonaro
Legenda: Silas Malafaia chamou Alexandre de Moraes de 'criminoso'
Foto: Sergio Lima / AFP

Alvo de busca e apreensão nesta quarta-feira (20), o pastor Silas Malafaia fez duras críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após prestar depoimento aos agentes federais, horas depois de ter desembarcado de voo que voltava de Lisboa, em Portugal, no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.

O que aconteceu

Ele é investigado por coação no curso do processo conduzido por Moraes em que ele teria atrapalhado a ação em que Jair Bolsonaro é réu por tentativa de golpe de Estado.

Segundo a PF, o crime de coação foi cometido contra autoridades que conduzem a ação penal. Ele teve o celular apreendido, como também entregou o passaporte, e está impedido de deixar o país.

Malafaia negou que orientou Bolsonaro e foi recebido por apoiadores

Depois de prestar depoimento, Malafaia foi recebido por apoiadores que o aplaudiram e chamou Moraes de ‘criminoso’. Afirmou ainda que "não vai se calar". "Vai ter que me prender pra me calar", acrescentou.

"Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que venho denunciando há 4 anos em mais de 50 vídeos. Ele estabelece o crime de opinião no estado democrático de direito. Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que país é esse, que democracia é essa?", questionou o pastor.

Ele também negou que orientou Eduardo Bolsonaro na suposta coação contra autoridades.

"Orientado em quê? Quem sou eu pra orientar Eduardo Bolsonaro? Conversa com ele. Que conversa é essa? Estão vazando? Quer dizer que a polícia Gestapo de Alexandre de Moraes vaza as coisas antes de eu saber? Vazaram na quinta-feira e eu só soube agora. Que país é esse, que vaza conversas minhas particulares como se eu instruísse Eduardo Bolsonaro: 'faz assim' ou 'faz assado'? Que que é isso? Quem sou eu?", disse Malafaia, bastante exaltado.

"A posição de Eduardo é dele. Eu apenas comento, de vez em quando eu meto o pau: 'tá errado, não é assim que se fala, não tem que esconder nada, tá errado", afirmou.

O pastor, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, também não pode manter contato com outros investigados no processo.

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Busca e apreensão foram autorizadas contra pastor

Malafaia foi abordado por agentes federais ao desembarcar de um voo vindo de Lisboa, em Portugal. Ele desembarcou no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, e foi conduzido para prestar depoimento à PF ainda no local.

Parecer da Procuradoria Geral da República

Em parecer do último dia 15, a Procuradoria Geral da República (PGR), se disse favorável às medidas, que foram pedidas ao STF pela Polícia Federal.

Para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, a PF conseguiu recuperar diálogos e publicações nos quais Malafaia "aparece como orientador e auxiliar das ações de coação e obstrução promovidas pelos investigados Eduardo Nantes Bolsonaro e Jair Messias Bolsonaro".

"Impõe-se concluir que estão associados no propósito comum, bem como nas práticas dele resultante, de interferir ilicitamente no curso e no desenlace da Ação Penal n. 2668 [da tentativa de golpe], em que o ex-presidente figura como réu", afirmou Gonet.

Veja as falas de Silas Malafaia

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