Legislativo Judiciário Executivo

Lula endossa críticas ao DF e afirma que Polícia foi conivente com ataques aos Três Poderes

Chefe do Palácio do Planalto avalia que que as forças de segurança foram coniventes com os atos terroristas em Brasília

Escrito por Redação ,
O presidente Lula está de terno azul e camisa branca e gravata rosa, segurando microfone
Legenda: Lula reuniu governadores e representantes dos Três Poderes no Palácio do Planalto.
Foto: Ricardo Stuckert

Em reunião inédita com governadores e representantes dos Três Poderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta segunda-feira (9) o governo do Distrito Federal na condução do enfrentamento aos atos terroristas desse domingo (8), em Brasília, e afirmou que as forças de segurança locais foram coniventes com os ataques antidemocráticos.

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"A Polícia de Brasília negligenciou [o atentado]. A Inteligência de Brasília negligenciou", reforçou o presidente. Segundo ele, assustam os vídeos em que policiais aparecem conversando com os agressores enquanto eles invadem as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Havia uma conivência explícita da Polícia apoiando os manifestantes. Soldado do Exército Brasileiro conversando com as pessoas como se fossem aliados", continuou Lula. Contudo, segundo o chefe do Executivo nacional, a intervenção federal na gestão da segurança pública do DF conseguiu, por ora, "colocar ordem na casa".

Sobre os mais de 1,5 mil presos por envolvimento nos ataques terroristas, o presidente garantiu que as pessoas permanecerão detidas até que seja concluído o inquérito que apura os crimes cometidos contra a democracia.

Presentes à reunião, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, e o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, asseguraram que há uma força-tarefa para submeter os presos temporários a audiências de custódia. "Estão todos os colegas mobilizados", disse Aras. Ele garantiu, ainda, que serão aplicadas penas restritivas de liberdade "para todos que atacaram a democracia naquilo que é mais caro: o consenso social".

'Manifestantes' sem pautas

Lula também aproveitou o discurso para diferenciar manifestações de ataques terroristas.

De acordo com o presidente, os grupos que vandalizaram os prédios públicos dos Três Poderes não tinham "pautas", não pretendiam negociar. "Estavam na rua reivindicando o quê? Salário, construção de habitação, melhoria da produção agrícola? Não, estavam reivindicando golpe", afirmou o petista.

Além disso, Lula reforçou que a prioridade do Governo é identificar os financiadores dos atos golpistas. "Os mandantes certamente não vieram aqui. Nós queremos saber quem financiou, quem custeou [...] Não é possível um movimento durar o tempo que durou na frente dos quartéis sem um financiamento", disse, em referência aos acampamentos espalhados por todo o País, em frente a quartéis do Exército.

Ceará

O governador do Ceará, Elmano de Freitas, ressaltou o simbolismo do momento. “Foi um momento importante em que todos os governadores do Brasil, independente do partido, se colocaram solidários aos nossos poderes instituídos em defesa da democracia”, disse o petista.

Elmano reforçou que o Governo do Ceará cedeu 70 agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar para ajudar no restabelecimento da ordem na Capital Federal. “Eles ficarão os dias necessários para garantir o exercício dos poderes, que imagino que seja breve”, finalizou.

Com informações da repórter Flávia Rabelo, em Brasília

 

 

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