Caso Vitória: suspeito confessa ter matado jovem de 17 anos em Cajamar (SP)

Maicol Sales dos Santos agiu sozinho e delegado ressaltou características psicológicas do suspeito

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Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 14:43)
Imagem da jovem Vitória sorrindo e fazendo selfie, usando camiseta do Superman, com cabelo longo e liso em ambiente interno. Ela foi morta em Cajamar, na Grande São Paulo.
Legenda: Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, desapareceu no dia 26 de fevereiro de 2025, após sair do trabalho em um shopping.
Foto: Reprodução / Redes Sociais

A Polícia Civil informou, nesta terça-feira (18), que Maicol Sales dos Santos confessou ter assassinado Vitória Regina de Souza, de 17 anos, encontrada morta em uma área de mata em Cajamar, na Grande São Paulo, no último dia 5.

De acordo com o laudo do Instituto Médico Legal (IML), a jovem foi morta com três facadas no rosto, tórax e pescoço, e não sofreu violência sexual. 

A confissão ocorreu nessa segunda-feira (17), segundo o diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (Demacro), Luiz Carlos do Carmo. Mesmo antes do depoimento, os investigadores já reuniam provas da autoria, como o testemunho de uma pessoa que viu o carro do suspeito na cena do crime.

Durante a apuração, a Polícia descobriu que Maicol comprou uma balaclava pela internet dias antes do assassinato e a utilizou no momento do ataque. 

Outro elemento reforçou a ligação do suspeito com o crime: o pai de Maicol reconheceu como sendo dele a e a enxada encontradas próximas ao corpo da vítima.  

O delegado responsável pelo caso ressaltou que Maicol agiu sozinho e que as características psicológicas do suspeito, como narcisismo e egocentrismo, reforçam essa tese.

Ele era obcecado pela vítima. No celular dele, encontramos 50 fotos de pessoas com aparência semelhante à de Vitória
delegado responsável pelo caso Vitória

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Relembre o caso

Vitória Regina de Sousa, de 17 anos, desapareceu no dia 26 de fevereiro de 2025, após sair do trabalho em um shopping na cidade de Cajamar, na Grande São Paulo.

A jovem foi vista pela última vez no ponto de ônibus, onde relatou a uma amiga, por mensagem de áudio, que sentia estar sendo seguida por dois homens. Desde então, a família iniciou uma busca por ela.

No dia 5 de março, o corpo de Vitória foi encontrado em uma área de mata, a cerca de cinco quilômetros da casa dela. O corpo da adolescente apresentava marcas de violência.

Os peritos da Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) do estado de São Paulo apontaram que a causa da morte foi choque hipovolêmico, provocado por intensa hemorragia decorrente das facadas.

Investigações levaram ao vizinho Maicol

As investigações avançaram e levaram a Maicol Sales dos Santos, vizinho da vítima, como principal suspeito.

Testemunhas relataram ter visto o veículo dele próximo ao local onde Vitória desapareceu e também no ponto final do ônibus onde ela desceu.

Outra testemunha afirmou ter presenciado uma movimentação suspeita na frente da casa de Maicol na madrugada do desaparecimento.

Em buscas realizadas na residência do suspeito, a Polícia utilizou um scanner especial para detectar vestígios de sangue e material orgânico.

Além disso, no carro de Maicol foram encontrados um fio de cabelo e sangue. O celular do suspeito também continha imagens de facas, um revólver e fotos de outras jovens com características físicas semelhantes às de Vitória. 

Vítima de stalker

Preso desde o dia 12 de março, Maicol alegou que passou a noite do desaparecimento em casa com a esposa, mas foi desmentido por ela, que afirmou ter dormido na residência da mãe.

Além disso, a perícia no celular de Maicol revelou que ele monitorava os passos de Vitória desde 2024.

As investigações indicam que Maicol seria um stalker, demonstrando uma obsessão crescente pela vítima. Ele e Vitória moravam no mesmo bairro, o que pode ter facilitado a vigilância constante.

Segundo a cronologia da perícia, Maicol acessou uma postagem de Vitória à 0h06 do dia 27 de fevereiro, cerca de 20 minutos antes de ela descer do ônibus perto de casa. O detalhe reforça a suspeita de que ele tenha interceptado a jovem no trajeto até sua residência.

Outro indício significativo foi a descoberta de uma coleção de fotos da vítima armazenadas no celular do suspeito.

Esses elementos fortalecem a hipótese de que Maicol teria cometido o crime por conta própria, descartando, até o momento, o envolvimento de outras pessoas.

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